Esse texto trata do poder da invenção a partir de uma reflexão sobre o conteúdo narrativo do romance Todos os nomes (SARAMAGO, 1997): um sistema burocrático de nomenclaturas que valida a existência oficial dos cidadãos, suas hierarquias e a invenção e a transgressão de um sujeito. Desenvolve-se aqui algo sobre uma busca por autonomia que se inicia nas problematizações do personagem Sr. José, inicialmente submisso às hierarquias, mas posteriormente movido a deslocamentos que nele habilitam outros modos de ser frente aos poderes instituídos. Repara-se que o imaginário está fora do alcance de captação e controle das leis e as experiências inventivas reorganizam as estruturas perceptivas dos sujeitos; assim, inventar torna-se uma função da natureza a favor do desejo da criação e do poder para realizar o incrível do humano, libertado da vergonha e dos rótulos. Para esta argumentação os principais autores requisitados são Costa (2012) e Foucault (1998, 2011). Este artigo é parte de uma investigação poética em andamento no mestrado em Artes Visuais, na íntegra esta não pretende ser uma pesquisa puramente analítica, ilustrativa ou tradutória da obra de Saramago, mas uma forma de potenciar e ressignificar seus conteúdos narrativos através das artes visuais.