O presente artigo é uma análise da questão do cotidiano no tempo/espaço da vida social dos personagens das peças teatrais: Aquele que diz sim e aquele que diz não, de Bertolt Brecht, O Poder do Futuro, de Jorge Gomes, e Arena conta Zumbi, de Gean Francesco Guarnieri, Augusto Boal e Edu Lobo. O trabalho é amparado nos conceitos da complexidade vertical e horizontal, de Fraya Frehse; tempo/ espaço, de David Harvey; cotidiano, de J. P. Neto e Maria do Carmo Carvalho; espoliação urbana, de Lúcio Kowarick; e da visão do Estado como potência financeira que está à mercê das vontades do capital, de Vera da Silva Telles. A discussão dialoga também com os verbos de ações da Pedagogia do Transteatro: Teatralizar, Sustentabilizar, Urbanizar, Desalienar, Experimentar e Transitar. Essa pedagogia é calcada em uma nova poética artística, que valoriza as boas relações entre os sujeitos e a sustentabilidade da raça humana. Visa destacar a resiliência do teatro de uma maneira transdisciplinar, para auxiliar o homem na sua relação individual e coletiva com o tempo/ espaço que ele ocupa. A metodologia da pesquisa reúne análise qualitativa comparativa entre os textos dramáticos, a Pedagogia do transteatro e os autores mencionados. Almeja-se que esta análise contribua para o entendimento da relação do tempo/espaço no Transteatro como práxis de mudança.