Trata-se de um atigo que desenvolve um exercício de fala e escuta instalando um conjunto de exposições diálogos catalisadores do direcionamento de um olhar sensível à cidade revelando possibilidades da coexistência das diferenças nas diversas camadas do espaço urbano. Nessa direção, o texto articula três linhas de pesquisa (1. Fenomenologia do Espaço
Habitado; 2. Poéticas do Corpo-Espaço-Objeto; e 3. Diferença, Estética, Educação e Cidade) em torno de três grandes blocos (1. Opacidades, rugosidades, dobras: as feiras como espaços táticos; 2. Presenças indígenas no espaço público; e 3. Cartografia do lugar: um debate estético-político de compartilhamento do sensível) apresentando situações de dissenso nas apropriações dos espaços das cidades colocando em suspensão a experiência gentrificadora e sua presença constante como desarticuladora de práticas estético-políticas nos espaços urbanos. Tem-se, assim, três falas e três escutas que se atravessam e se complementam configurando uma cartografia de possibilidades da construção da cidade a partir dos processos urbanos contemporâneos oriundos de práticas estéticas e políticas de resistências e dissensos. A escrita, então, vai se desenvolvendo como um diálogo mediado por um marco teórico como resistência a um discurso dominante de planejamento do espaço urbano e arquitetônico. Pensa-se, nesta direção, num se deixar contagiar pela experiência subjetiva e a partir daí traçar possíveis desenhos de
cidades que expressem a parceria adormecida de estar-junto.