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Indisciplinar

v. 4 n. 2 (2018): Revista Indisciplinar

Estrangeirização: a dimensão geopolítica, imperial e neoliberal do Golpe que eclodiu em 2016 no Brasil

Enviado
abril 27, 2021
Publicado
2018-12-01

Resumo

Este artigo é fruto de uma investigação realizada pelos membros do Projeto de Pesquisa Geopolítica e Territórios para a Conferência “A dimensão Geopolítica do Golpe: produção de narrativas e processos imediatos de desnacionalização/ estrangeirização”, parte da disciplina “O Impeachment de Dilma Rousseff como Golpe de Estado: Perspectivas jurídicas, filosóficas, políticas e históricas”, coordenada pelo professor Thomas Bustamante da Universidade Federal de Minas Gerais, durante o segundo semestre do ano de 2018. O material produzido para a Conferência continha uma análise geopolítica do Golpe sofrido pelo Brasil e consolidado no formato de Impeachment da Presidenta Dilma em 2016. Parte dessa produção foi sistematizada e registrada neste texto. A principal base na qual este estudo se apoia é o entendimento de que o Brasil é um território em disputa por diferentes agentes internacionais que influenciaram diretamente na construção do Golpe. Blocos geopolíticos hegemônicos atuam desestabilizando os poderes nacionais de países periféricos e desrespeitando sua soberania, com a finalidade de acumulação de riquezas por elites globais dentro de uma lógica neoliberal. Entende-se que, para que seja possível o desenvolvimento de uma análise geopolítica desta profundidade, alguns conceitos-base devem ser abordados a fim de elucidar hipóteses construídas pelo grupo. Assim, a primeira parte de ambos os trabalhos é formada por uma espécie de glossário destinado a um debate teórico sobre os termos Geopolítica, Globalização, Neoliberalismo, Império, Imperialismo e Eurásia. Após tal abordagem e elucidação, parte-se para a segunda etapa do processo que conta com a construção de 13 hipóteses sobre o que os autores entendem por Golpe internacional, divididas em seis categorias temáticas: Geopolítica, Corrupção, Financeirização, Política Social, Crise da representação/ anti-política, Estrangeirização. Tais hipóteses foram elaboradas tendo como princípio a fala da Presidenta Dilma na aula inaugural da Conferência aqui tratada, da qual foram destacados os elementos vinculados à temática da geopolítica e do neoliberalismo. Trechos desta fala foram transcritos e estão
registrados neste artigo vinculados à hipótese correspondente. Vale ressaltar que, durante a exposição realizada na Conferência, as 13 hipóteses foram abordadas e quatro delas foram selecionadas para serem abordadas neste material, por serem consideradas fundamentais para a compreensão de um Golpe internacional. São elas: HIPÓTESE 01: O Golpe é para interromper a disputa do Brasil pela hegemonia na geopolítica mundial; HIPÓTESE 06: O Golpe é financeiro; e hipóteses 12 e 13 de forma condensada, formando a HIPÓTESE 12/13: O Golpe é para estrangeirizar/privatizar os recursos naturais, empresas estatais e também (estrangeirizar) empresas privadas. (ficou confuso essa opção, sugiro: “e HIPÓTESES 12 e 13, tratadas em conjunto: O Golpe é para estrangeirizar / privatizar os recursos naturais, empresas estatais e, também, estrangeirizar empresas privadas”.

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