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Artigos

v. 4 n. 5 (2017): Revista Indisciplinar

A ordem do discurso da imagem do habitar contemporâneo: o real subsumido pelo capital

Enviado
abril 27, 2021
Publicado
2017-12-01

Resumo

No processo de reprodução ampliada do capitalismo os investimentos na criação de imagens têm merecido destaque entre as empresas e governos como agente discursivo do neoliberalismo e do movimento de financeirização econômica. Na função essencial de aceleradoras do tempo de giro do capital, via consumo, em cenário econômico de grande concorrência entre grandes empresas financeirizadas, cumprem funções ideológicas de legitimar o discurso social hegemônico, proliferar valores e modos de vida que transferem para o mercado a regulação das demandas coletivas. Sua transparência justifica-se no poder de mascarar os conflitos e ocultar a dominação, ao mesmo tempo em que a doxa neoliberal limita o espaço para o debate social contestatório e procura neutralizar o pensamento crítico. Nesse cenário, o marketing, agente central do processo de fabricação de imagens na contemporaneidade, tem se voltado cada vez mais para elaborar estratégias de manipulação dos desejos e gostos. Pretende-se criar uma reflexão a partir da difusão dos valores neoliberais investidos nas imagens, entre, a lógica da privatização das cidades no que se refere ao mercado habitacional no Brasil, ou seja, da patologia dos grandes condomínios, das barreiras físicas que as imagens elogiam e a lógica da exclusão social, com o relato do Sr. Francisco, conhecido como Kiko que vive numa Kombi quebrada há quatro anos, no bairro do Brooklin, na cidade de São Paulo. O modo como Kiko se apropria do espaço público da cidade representa as contradições sociais que as imagens fabricadas pelo marketing, intencionam ocultar.

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