A extensão universitária no Chile passou por mudanças que acompanharam as principais reinvindicações sociais no país. Os estudantes chilenos tiveram um forte protagonismo na construção da extensão universitária, principalmente na primeira metade do século XX, através da participação em congressos e seminários pela reforma universitária. No início dos anos 1970, em função dos efeitos da revolução cubana que se espalharam por todo o continente e pela ascensão do partido de esquerda Frente Popular, liderado pelo político Salvador Allende, o Chile vivenciou uma importante efervescência cultural e política. Nesse período, muitos intelectuais de esquerda estavam exiliados no país, fugindo de governos autoritários que implantavam ditaduras militares em toda América do Sul, entre eles estava o educador brasileiro Paulo Freire. Exiliado desde 1964, Freire produziu no Chile duas obras que vão contribuir decisivamente para o fortalecimento do pensamento crítico na educação superior, especificamente na extensão universitária: Pedagogia do Oprimido (1970) e ¿Extensión o Comunicación? (1973). Estas obras simbolizam o processo de construção teórica da extensão universitária no Chile, que seria abruptamente interrompida pelo golpe de Estado de 1973.