Doutora em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Minas Gerais em cotutela com a KU Leuven, Bélgica (2019), no tema dos processos históricos urbanos usando Belo Horizonte como estudo de caso. Possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela UFMG (2007) e mestrado Advanced Master of Architecture no Berlage Institute, Holanda (2012), Atuou como professora em diversas instituições - UniBH, KU Leuven, UNIFESSPA e UFOP - e tem como principais interesses de pesquisa processos de urbanização, planejamento urbano cartografia e morfologia urbana.
Diante da crescente complexidade do que outrora conhecíamos como urbano – agora cada vez mais interseccionado pelo rural, áreas produtivas e natureza – nas últimas décadas presenciamos o ressurgimento dos interesses na paisagem (ou urbanismo paisagístico) e na cartografia, como importantes ferramentas para compreender e abordar complexidades. Enquanto o conceito de paisagem é capaz de mesclar o urbano com o natural e o social, o método cartográfico combina espaço, tempo, movimentos, fluxos e processos. Este artigo apresenta uma reflexão sobre a potencialidade do uso do método e da prática cartográfica nos estudos urbanos, sobretudo na história urbana, pela capacidade em revelar lógicas obscurecidas e construir narrativas alternativas, em consonância com o pensamento póscolonial. Se apoiando em Milton Santos, Lefebvre, Deleuze e Guattari, Charles Waldheim, James Corner e outros, a primeira parte do artigo navega pelas noções de espaço, paisagem, evento, rizoma e cartografia com o objetivo de expor a contribuição do método cartográfico para os estudos urbanos. Por fim, apresentamos três mapas representando momentos distintos na história de Belo Horizonte. Nestes, a aplicação dos métodos propostos, revela interpretações e narrativas alternativas para a história da formação espacial desta cidade.
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