Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFMG, com bolsa de fomento CNPq. É membro do R-EST - Estudos Redes Sociotécnicas e do Núcleo de Pesquisa em Conexões Intermidiáticas (NucCon).
O presente artigo realiza uma aproximação entre o conceito de “Império”, conforme proposto por Hardt e Negri (2001), e o processo de plataformização a partir de uma breve cartografia da atuação da empresa Uber no Brasil. Presente em mais de 60 países, a Uber figura como um ator global no processo de plataformização da mobilidade e do trabalho. Tal expansão reverbera a lógica imperial de ocupação territorial e produção biopolítica do espaço. Tendo como base dados de uma pesquisa realizada entre março e dezembro de 2018, demonstramos neste trabalho, como o crescimento da Uber se associa à programabilidade da plataforma e também às parcerias com empresas de outros setores, de modo que, apresentamos exemplos de sua infiltração reticular e distribuída ao território brasileiro, principalmente, à cidade de Belo Horizonte.
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