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Artigos

v. 6 n. 2 (2020): Revista Indisciplinar

Entre distopias e utopias conjunturais: o lugar e o papel das mulheres das cidades brasileiras

DOI
https://doi.org/10.35699/2525-3263.2020.29017
Enviado
janeiro 14, 2021
Publicado
2020-12-31 — Atualizado em 2020-12-31

Resumo

Na perspectiva do mundo capitalista ocidental, a pandemia do novo coronavírus escancarou e potencializou as desigualdades deste modelo de sociedade. Na conjuntura brasileira, em um momento de caos político e econômico, agravam-se as disparidades sociais e a lógica segregacionista do espaço urbano, em um momento no qual anseios utópicos transformamse em realidades distópicas. Debruçadas majoritariamente sobre escritos de mulheres e observando a atual conjuntura, discutimos as cidades a partir da perspectiva do corpo feminino, que foi historicamente aprisionado e relegado ao espaço privado. Observamos que a relação entre tal aprisionamento e a privatização da terra reflete-se ainda hoje nas cidades e na apropriação destas por nós, mulheres. Ao interseccionar a problemática de gênero com a racial, notamos que as mulheres negras acabam sendo as mais afetadas pela atual estrutura social, pois ocupam majoritariamente os espaços de exploração e subjugação. Nesse sentido, questionamos como podemos nos apropriar dos espaços urbanos, se ainda estamos lutando para nos apropriar de nossos próprios corpos.

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