O objetivo deste artigo é constituir uma trama que narre diferentes dimensões da luta da Izidora, evidenciando a distopia de uma produção de cidade hegemônica a partir do conflito fundiário, as heterotopias que emergem da luta popular e a utopia da terra prometida. Partindo do entendimento de suas diversas representações, buscou-se construir três atos que amarrem o conflito fundiário da região da Izidora: inicia-se com o contexto histórico e a apresentação do próprio conflito; em seguida, destaca-se a luta popular e os seus sujeitos revolucionários; por fim, aponta-se para o devaneio do imaginário da terra prometida. O trabalho foi construído a partir de pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo e realização de entrevistas com moradores das ocupações. Evidencia-se que estes territórios só existem e se transformam por conta de muitas mãos, corpos e sonhos de sujeitos revolucionários, que a partir de relações de cooperação e de conflito, produzem suas casas, seus bairros, suas cidades, suas utopias.