O artigo se soma ao esforço de formular teorias sociais críticas, capazes de pensar e agir em múltiplas escalas, compreendendo as mediações entre essas. Para tanto, o percurso aqui proposto se dá em três etapas. O primeiro analisa nosso momento histórico como um período marcado por crises globais, com um diagnóstico do presente que atenta para as reestruturações produtivas e fenômenos sociais que atravessaram a experiência e imaginário coletivo. No segundo momento, argumentamos pela necessidade de um pensamento-ação em duplo foco, isso é, construir desde já espaços que antecipem uma outra sociedade, mas também acumular forças nos centros de decisão da política institucional, convergindo na ideia de um novo projeto de sociedade. O terceiro momento, reflete sobre o lugar de arquitetas(os) e urbanistas nesses processos. Defendemos redefinições disciplinares nos estudos urbanos que permitam à urbanistas e arquitetas(os) incidirem mais diretamente numa cultura urbana transformadora, ou seja, participarem ativamente de projetos coletivos capazes de ampliar a democracia desde as cidades.