A cidade se apresenta como espaço de produções éticas, estéticas e políticas. Nesse cenário, como pensar a relação espaço e subjetividade? Apresentamos neste texto a intervenção Entrespaços, parte integrante de um projeto de pesquisa multidisciplinar realizado no período entre 2013 e 2015. Neste processo, desenvolvemos duas Oficinas de Intervenção Urbana, realizadas na cidade de Belo Horizonte (BR) e Poitiers (FR), tendo como ponto de partida experiências de deriva, inspiradas nos Situacionistas, bem como outros recursos poético-políticos usados para detonar processos expressivos e de reflexão sobre a temática em questão. Relatamos o processo de criação de Oficina, bem como os pontos teóricos iniciais e parciais atravessados. Colocamos em foco a questão do tensionamento da relação entre Ciência e Arte. Entendemos que a nossa produção de conhecimento segue na contramão dos receituários metodológicos hegemônicos, por admitirmos o caráter inventivo fundante de uma Ciência-Saber Arte, mas reconhecemos também as dificuldades de se conferir um rigor técnico com o qual pudéssemos mensurar o que nosso trabalho havia nos apresentado. E é diante dessas circunstâncias que voltamos a nos debruçar em memórias, imagens, escritos e conversas que pudessem cartografar esse percurso caminhado até aqui, por meio deste relato de experiência.