Resistência e ocultamento: intimidades em "A caixa preta", de Amós Oz

Autores

  • Estevan de Negreiros Ketzer Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-3053.9.17.98-116

Palavras-chave:

Resistência, Política, Subjetividade

Resumo

O artigo aborda em forma ensaística alguns elementos acerca do judaísmo contemporâneo no romance A Caixa Preta, do israelense Amós Oz. A trama revela questões políticas durante os anos de construção da nação israelense, focando principalmente na mudança de liderança ocorrida 1977. Vemos que Amós Oz não se atém somente ao plano político, mas está mostrando também as questões que norteiam os afetos dos diferentes personagens da trama. Ocorre uma resistência devido ao grande estranhamento ocorrido pela proximidade. Aqui, há além dos elementos de uma escuta psicanalítica, o que leva a percepção de conflitos entre os diferentes personagens, também o nascimento de um pensamento que envolve tanto o gesto mais subjetivo quanto o mais político, encabeçada pela desconstrução de Jacques Derrida. A resistência habita as diferentes linhas entre o discurso do Estado de Israel e a escritura apontada por Derrida como o arquivo que se quer conhecer, mas está sempre tendo sua possibilidade de leitura diferida.

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Biografia do Autor

Estevan de Negreiros Ketzer, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Picólogo clínico e doutorando em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

 

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Publicado

2015-11-25

Como Citar

Ketzer, E. de N. (2015). Resistência e ocultamento: intimidades em "A caixa preta", de Amós Oz. Arquivo Maaravi: Revista Digital De Estudos Judaicos Da UFMG, 9(17), 98–116. https://doi.org/10.17851/1982-3053.9.17.98-116