Aspectos intergeracionais da família marrana e o caso dos “abafadores” no conto “Alma-Grande”, de Miguel Torga
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-3053.9.17.192-208Palavras-chave:
Miguel Torga, Família, InfânciaResumo
Contextos diaspóricos funcionam como dispositivos produtores de subjetivações múltiplas e heterogêneas. No caso das famílias marranas da Península Ibérica, tais quadros psicossociais, que também perfazem a diáspora, são alegorizados por narrativas literárias, como ocorre em O Alma-Grande, de Miguel Torga. Nesse quadro ficcional, com lastros factuais, refletiremos sobre o campo existencial de um abafador e as negociações multiculturais e intergeracionais feitas entre tal personagem e certo núcleo familiar, no qual a infância é colocada em perspectiva central. Essas negociações ocorrem na tentativa de se preservar certa rostidade e, ao mesmo tempo, deslocar tradições para a dimensão das identidades transversais.
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