Terrores noturnos e diurnos: o discurso do exílio da vanguarda surrealista romena diante da guerra
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-3053.11.21.2-17Palavras-chave:
Exílio, Vanguarda, RomêniaResumo
O descentramento cultural da Romênia é bastante conhecido e profundamente estudado por seus filósofos ao menos desde o século XIX. Esse pequeno país, com seu idioma de ascendência latina, sua arquitetura e estruturas político-cultural derivadas ao mesmo tempo das França e da Itália, está encravado no meio de nações – mesmo de potências – eslavas e da vastidão política imperial representada pela Hungria. Tal descentramento, de certa forma, impulsionaria uma vanguarda, composta notadamente por judeus, a estruturar um amplo apocalipse cultural desde o início do século XX – projeto revolucionário que não afetaria apenas a Romênia, mas toda a Europa. Tal apocalipse cultural, é necessário destacar, foi bastante amplificado por não ter raízes ou formas de identificação que o prendessem a um país, uma paisagem. Este artigo abordará os desdobramentos tardios desse projeto, quando os autores do grupo “Infra-Noir” enfrentaram com seu discurso do exílio, o(s) totalitarismo(s) genocida(s) que sucessivamente dominaram a Romênia e boa parte da Europa.
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