Estado Novo, ideologia e resistência: os judeus e o antissemitismo em Pernambuco
DOI:
https://doi.org/10.17851/1982-3053.13.25.175-188Palavras-chave:
Estado Novo, Pernambuco, AntissemitismoResumo
Este artigo centra-se na análise da questão judaica em Pernambuco durante o Estado Novo, considerando que a ditadura, com o seu nacionalismo exacerbado, possibilitou um terreno propício para o fortalecimento de construções discursivas e de ações políticas que reforçaram estereótipos já existentes no país, a exemplo do antissemitismo. No período analisado, a interventoria pernambucana coube a Agamenon Magalhães, que estabeleceu como missão principal de sua gestão disseminar os ideários estadonovistas, defendendo, inclusive, o antissemitismo existente no âmbito federal. Mas, a partir da documentação oficial, de registros de arquivos e de entrevistas realizadas com judeus, pudemos constatar que, a despeito do antissemitismo presente nas hostes governamentais, nos discursos de intelectuais e nos meios de comunicação, houve espaços consideráveis para que os judeus se estabelecessem no Estado e constituíssem uma comunidade ativa. O período em que o Brasil declara guerra ao Eixo e as mudanças que foram geradas em Pernambuco relacionadas aos judeus, também são objetos deste estudo.
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