
Este artigo discute em seu primeiro apartado a questão da inevitabilidade do mal metafísico. Sem ter a pretensão de fazer uma análise profunda da vasta produção bibliográfica sobre o assunto, a segunda parte do texto constata a insuficiência da razão para decifrar o enigma do mal, o que permite uma abertura ao Deus da fé que é examinada com base na tradição bíblica, em especial a partir do Livro de Jó. A título de conclusão, é defendida a compatibilidade entre o Livro de Jó e o conceito filosófico de mal metafísico. Ao partir do princípio de que a essência do mal reside na condição finita da realidade, ambos enunciam a insensatez e a falta de sentido da pergunta se Deus poderia ter criado um mundo sem mal.