O silêncio dos mutilados
a filosofia do não falar na literatura de testemunho de Primo Levi
DOI:
https://doi.org/10.35699/1982-3053.2022.39015Palavras-chave:
Silêncio, Primo Levi, Literatura de testemunho, MemóriaResumo
Este artigo analisa de que forma a presença do silêncio se manifesta na literatura de testemunho produzida por Primo Levi e é relatada nos seus livros, uma vez que em seus testemunhos o escritor italiano informa que muitos sobreviventes da Shoah puseram-se numa posição de silêncio ou foram silenciados diante da possibilidade de narrar o que foi vivido. Dessa forma, este trabalho parte da seguinte problemática: Como a presença do silêncio é determinante para a construção da memória e do esquecimento? Para responder a esse questionamento, este trabalho fundamenta-se em Pollak (1989), Sontag (2015), Benjamin (2012), Wittgenstein (1968) e Kierkegaard (1979).
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