A bolsa ou a vida
uma visão judaica sobre as trocas comerciais em 'É isto um homem?'
DOI:
https://doi.org/10.35699/1982-3053.2022.39164Palavras-chave:
Direito e literatura, Direito e ética, Judaísmo, Trocas comerciais, Dignidade humanaResumo
Em É isto um homem?, ao testemunhar a morte e a sobrevivência no campo de concentração, Primo Levi descreve desde o traçado dos muitos rostos exterminados, porém remanescentes na memória dos sobreviventes, até a forma do campo e seu funcionamento. Essa fisiologia do campo, com suas normas internas, está intimamente ligada à busca por sobrevivência desenvolvida pelos prisioneiros. Dois de seus traços centrais são a hierarquia interna entre detentos e o funcionamento da Bolsa de Trocas. A partir desse segundo elemento, é possível examinar o surgimento das trocas comerciais no campo como uma estrutura relacional interna e alternativa àquela imposta pelo nazismo. Partindo de uma ótica judaica - mais especificamente, talmúdica - sobre questões referentes à ética e ao comércio, pretendemos abordar como a atividade comercial se caracterizava, bem como a quais propósitos servia, diante do contexto extremamente hostil do campo de concentração.
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