Prostituição e judaísmo em O ciclo das águas, de Moacyr Scliar

Autores

  • Lunara Abadia Gonçalves Calixto Universidade Federal de Uberlândia

DOI:

https://doi.org/10.17851/1982-3053.8.15.116-129

Palavras-chave:

O ciclo das águas, Judaísmo, Prostituição

Resumo

Este artigo tem como objetivo principal analisar o livro O ciclo das águas, de Moacyr Scliar, buscando, por meio da história da personagem Esther, evidenciar o processo de prostituição de moças judias, em especial as “polacas”, trazidas da Europa para o Brasil. Como a prostituição envolvendo judeus era um tabu presente na comunidade judaica no Brasil, Moacyr Scliar foi o pioneiro a abordar este tema por meio da ficção. O que deve ser considerado é que o romance, como gênero narrativo, aborda sobre a realidade vivida dessas mulheres no Brasil, o que lhe confere verossimilhança, porém não se limita à descrição da realidade (atributo da historiografia), mas à sua representação. Assim, por meio de nomes como Kushnir (1996), Scliar (1985; 2002), dentre outros autores, pretende-se analisar a relação entre o “sagrado e o profano” que perpassa a figura da mulher que torna-se prostituta, dentro de um contexto em que prostituição e judaísmo estão interligados.

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Biografia do Autor

Lunara Abadia Gonçalves Calixto, Universidade Federal de Uberlândia

Graduada em Letras pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Pesquisadora do Laboratório de Estudos Judaicos (LEJ) da Universidade Federal de Uberlândia.

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Publicado

2014-11-30

Como Citar

Calixto, L. A. G. (2014). Prostituição e judaísmo em O ciclo das águas, de Moacyr Scliar. Arquivo Maaravi: Revista Digital De Estudos Judaicos Da UFMG, 8(15), 116–129. https://doi.org/10.17851/1982-3053.8.15.116-129