Música, corpo sensível e corpo social no barroco brasileiro

Autores

  • Marina Massimi Universidade de São Paulo
  • Miguel Mahfoud Universidade Federal de Minas Gerais

Palavras-chave:

psicologia e cultura, retórica e cultura barroca, fenomenologia social

Resumo

O artigo analisa a utilização e a importância da música como forma expressiva e simbólica para a elaboração da experiência psíquica, na visão de mundo barroca presente na cultura brasileira. Analisa comparativamente duas pesquisas conduzidas em dois diversos domínios – história cultural e fenomenologia da cultura – apreendendo o típico dinamismo psicológico de uma comunidade rural brasileira de tradições barrocas. A abordagem comparativa permite evidenciar a atualidade de elementos barrocos tomados para a elaboração da experiência na referida comunidade em termos de: vivência psicológica e espiritual suscitada pela música; estrutura retórica da composição musical; lugares comuns inerentes à visão de mundo de referência. A música é vivenciada como elemento fundamental da relação entre o universo de sentido pessoal e aquele proposto pela cultura, tendendo a estabelecer conexões precisas entre vivências sensoriais, cultura local e constituição do corpo social, inseridos num horizonte de totalidade mitológico-religioso.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marina Massimi, Universidade de São Paulo

Livre Docente e trabalha junto ao Departamento de Psicologia e Educação na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Brasil. Especialista na área de História das Idéias psicológicas na Cultura Luso-Brasileira.

Miguel Mahfoud, Universidade Federal de Minas Gerais

doutor em Psicologia Social, professor adjunto do Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais, atuando na linha de pesquisa "Cultura e subjetividade". 

Referências

Agostinho de Hipona (1991). A doutrina cristã. (N. A. Oliveira, Trad.). São Paulo: Paulinas. (Original de 397-427).

Agostinho de Hipona (s/d). De musica libri sex. Retirado em 08/09/2006 da World Wide Webhttp//www.augustinus.it/latino/musica. (Original de 388-391).

Ales Bello, A. (2004). Fenomenologia e ciências humanas: psicologia, história e religião. (M. Mahfoud e M. Massimi, Ed. e Trad.). Bauru: Edusc.

Araújo, R.A. & Mahfoud, M. (2004). A devoção a Nossa Senhora de Nazareth a partir da elaboração da experiência ontológica de moradores de uma comunidade tradicional. Memorandum, 6, 25-54. Retirado em 26/ 11 /2006 da World Wide Web: http://www.fafich.ufmg.br/~memorandum/artigos06/aramahfoud01.htm.

Ávila, A. (1994). O lúdico e as projeções do mundo barroco. 3ª. ed.São Paulo: Perspectiva. 2v. (Coleção Debates de arte, 35).

Ávila, A. (2006). Resíduos seiscentistas em Minas: textos do século de ouro e as projeções do mundo barroco. Belo Horizonte: Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais; Arquivo Público Mineiro. 2v.

Battistini, A. (2000). Il barocco. Roma: Salerno Editrice.

Carneiro, M. (1668). Sermão que pregou o Padre Mestre Manoel Carneiro da Companhia de Jesus no Colégio do Rio de Janeiro em o segundo dias das Quarenta Horas no ano de 1667. Évora: Oficina da Universidade.

Cícero, M. T. (s/d). Somnium scipionis: De republica. Edições Ridendo castigat mores. Retirado em 25/07/2006 da World Wide Webhttp://www.ebooksbrasil.org/eLibris/darepublica.html. (Original de 51 a C)

Dompnier, B. (1983). Un aspect de la dévotion eucharistique dans la France du XVIIe siècle: les prières des Quarante-heures. Revue d’Histoire de l’Église de France, 69, 5-31.

Husserl, E. (2002). Idee per uma fenomenologia pura e per uma filosofia fenomenológica. v. II: Libro secondo e libro terzo. (V. Costa, Introd.;. E. Filippini, Trad.). Torino: Einaudi. (Original publicado em 1952)

Husserl. E. (2006). Idéias para uma fenomenologia pura e para uma filosofia fenomenológica: introdução geral à fenomenologia pura. (M. Suzuki, Trad.). Aparecida: Idéias & letras. (Original publicado em 1913).

Jori, G. (1998). Per evidenza: conoscenza e segni nell’età barocca. Torino: Marsilio.

Mahfoud, M. (2001). Emoções e imagens sagradas numa festa popular brasileira de origem barroca. Em Massimi, M. Silva, J. C. (Org.). Os olhos vêem pelo coração. Conhecimento psicológico das paixões na história da cultura brasileira dos séculos XVI a XVII.(pp. 108-121). Ribeirão Preto: Holos Editora-Fapesp.

Mahfoud. M. (2001). Percorrendo as distâncias: memória e história. Em: Hoffmann, A. Bueno, J.L.O., Massimi, M. (Org.). Percorrer distâncias: um desafio para a razão humana. (pp. 53-64). São Paulo: Companhia Ilimitada.

Pawling, P. Ch. (2004). De la compositio loci a la República de las letras. Ciudad de Mexico: Universidad Iberoamericana; El mondo sobre el papel.

Pereira, N. M. (1939) Compêndio narrativo do peregrino de América. Rio de Janeiro: Academia Brasileira das Ciências. (Original publicado em 1728).

Platão (1986). Diálogos. v. XI. (B. Nunes, Trad.). Belém: Edições Universidade Federal do Pará. (Original: do século V a.C.).

Ripa, C. (1992). Iconologia. (M. Praz. e P. Buscaroli, Ed.). Milano: Tascabili degli Editori Associati. (Original publicado em 1618).

Sequeri, P. (2005). Musica e mistica: percorsi nella storia occidentale delle pratiche estetiche e religiose. Città del Vaticano: Libreria Editrice Vaticana.

Wisnik, J. M. (2006) O som e o sentido: uma outra história das músicas. 3 ed. São Paulo: Companhia das Letras. (Original publicado em 1989).

Downloads

Publicado

2007-04-12

Como Citar

Massimi, M., & Mahfoud, M. (2007). Música, corpo sensível e corpo social no barroco brasileiro. Memorandum: Memória E História Em Psicologia, 12, 61–74. Recuperado de https://periodicos.ufmg.br/index.php/memorandum/article/view/6711

Edição

Seção

Artigos