Literatura e dispersão na cena escrita

Autores/as

  • Ivete Lara Camargos Walty Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.17851/2358-9787.26.1.125-140

Palabras clave:

escrita, teatro, dispersão, ética.

Resumen

Leitura da cena de uma peça de teatro descrita pelo narrador, em Memórias do cárcere, de Graciliano Ramos, como exercício da liberdade possível dos prisioneiros, com o objetivo de analisá-la como metonímia da escrita desse livro e, de certa maneira, da própria obra do autor alagoano, tomada como jogo farsesco tanto da prisão, no momento da ditadura Vargas ou não, quanto da sociedade e suas relações de poder. A cena de teatro é vista, em seus aspectos éticos, políticos e estéticos, como a cena da escrita em sua dispersão, à luz de teóricos como Agamben e Rancière, associados ao conceito de carnaval de Frye e Kristeva.

 

 

Biografía del autor/a

  • Ivete Lara Camargos Walty, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

    Professora do Programa de Pós-graduação em Letras da PUC Minas; professora aponsentada da Faculdade de Letras, da UFMG.

    Doutora em Teoria literária e literatura comparada pela USP Pós-doutorado na Universidade de Ottawa, Canadá

    Pesquisadora 1D do CNPq

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Publicado

2017-08-17