Para uma edição crítica de O Guesa, de Sousândrade

Alguns princípios e problemas

Autores/as

  • Cilaine Alves Cunha Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, São Paulo
  • Jussara Menezes Quadros Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.17851/2358-9787.28.4.49-68

Palabras clave:

Joaquim de Sousândrade, O Guesa, edição crítica

Resumen

Resumo: O artigo aborda os desafios de uma edição crítica do poema O Guesa, de Joaquim de Sousândrade. Como não subsistiram manuscritos do poema, a edição crítica tomará como texto-base sua última versão publicada e revista pelo autor: a edição londrina de O Guesa [188-]. Ainda que tal escolha pareça um princípio convencional, o propósito dos editores é levar em consideração, pela primeira vez, versões anteriores dos Cantos de O Guesa, publicadas em periódico e em várias coletâneas poéticas entre 1867 e os anos 1870. Sousândrade foi um autor obcecado com a revisão e expansão de seu poema, resultando disso uma obra literária complexa e proteica. A noção de um texto ideal único deve ser abandonada em favor de uma edição que leve em consideração a pluralidade das versões do poema, sua instabilidade textual, a riqueza e profusão de suas variantes e seu estado final inacabado.

Palavras-chave: Joaquim de Sousândrade; O Guesa; edição crítica.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Cilaine Alves Cunha, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, São Paulo

Professora livre-docente de Literatura Brasileira na Universidade de São Paulo, é autora de O belo e o disforme. Álvares de Azevedo e a ironia romântica.

Jussara Menezes Quadros, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, São Paulo

Pós-doutorada em Literatura Brasileira pela Universidade de São Paulo, com doutorado em Teoria Literária pela Unicamp. Foi Professora Assistente de Literatura Brasileira no Departamento de Espanhol e Português da Universidade de Princeton (2000-2009). Possui experiência na área de Literatura Brasileira, com ênfase nos estudos de literatura e história literária do século XIX, nas relações entre literatura e história do livro, e entre literatura e artes visuais no século XIX. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa em História Literária da Fundação Casa de Rui Barbosa.

Citas

BRINKLEY, R; HARLEY, K. Romantic revisions. Cambridge: Cambridge University Press, 1992.

CAMPOS, A. de; CAMPOS, H de. ReVisão de Sousândrade. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 2002.

HANSEN, J. A. Etiqueta, invenção e rodapé: O Guesa de Sousândrade. São Paulo.: [S. n., 199-?]. (Não publicado).

HANSEN, J. A.; MOREIRA, M. Para que entendais: poesia atribuída a Gregório de Matos e Guerra: letrados, manuscritura, retórica, autoria, obra e público na Bahia dos séculos XVII e XVIII. Belo Horizonte: Autêntica, 2013. v. V.

LA BARRA, E. de. [Correspondência]. Destinatário: José Victorino Lastarria. Valparaíso, 6 out. 1887. 2 fls. (Archivo Nacional de Chile).

LEVINSON, M. The romantic fragment poem: a critique of a form. Chapell Hill: The University of North Carolina Press, 1986.

RAJAN, B. The form of the unfinished: English poetics from Spenser to Pound. Princeton: Princeton University Press, 1986. DOI: https://doi.org/10.1515/9781400854776.

ROSEN, C. Poetas, românticos, críticos e outros loucos. Tradução de José Laurenio de Melo. São Paulo: Ateliê Editorial/ Editora Unicamp, 2004.

SCHLEGEL, F. Sur le Meister, de Goethe. Tradução de Claude HarySchaeffer. Paris: Éditions Hoëbeke, 1999.

SOUSANDRADE, J. de. O Guesa. Edição fac-similar organizada por Jomar Moraes. São Luís: Edições Sioge, 1979.

SOUSANDRADE, J. de. O Guesa. London: Cooke & Halsted: The Moorfield Press, E. C., [188-]. Disponível em: https://digital.bbm.usp.br/handle/bbm/619. Acesso em: 12 set. 2018. (Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin).

SOUSÂNDRADE, J. de. O Guesa. Organização e notas de Luiza Lobo. Rio de Janeiro: Ponteio, 2012.

SOUSÂNDRADE, J. de. O Guesa. São Paulo: Editora Annablume: Demônio Negro, 2009.

SOUSÂNDRADE, J. de. Poesia e prosa reunidas de Sousândrade. Organização de Frederick Williams e Jomar Moraes. São Luís: Academia Maranhense de Letras, 2003.

SOUZA-ANDRADE, J. de. Obras poéticas. New York: [S. n.], 1874. Disponível em: https://hdl.handle.net/2027/pst.000053806048. Acesso em: 07 jun. 2018

SOUZA-ANDRADE, J. Guesa errante. New York: [S. n.], 1876.

SOUZA-ANDRADE, J. Guesa Errante. Semanário Maranhense, São Luís, 1867.

SOUZA-ANDRADE, J. Harpas eolias. São Luis do Maranhão: B. de Mattos, 1870. Disponível em: https://hdl.handle.net/2027/ coo.31924021215672. Acesso em: 26/ set. 2018.

SOUZA-ANDRADE, J. Impressos. São Luís: B. de Mattos, 1868. v. 1. Disponível em: http://bndigital.bn.br/acervo-digital/semanariomaranhense/720097. Acesso em: 26 set. 2018.

SPORTELLI, A. Il “long poem” nell’età di Wordsworth. In: Percorsi critici e testuali. Bari: Edizioni B. A. Graphis, 1999.

STILLINGER, The multiple versions of Coleridge’s poems: how many Mariner’s did Coleridge write?. Studies in Romanticism, Boston, v. 31, p. 127-146, 1992. DOI: https://doi.org/10.2307/25600948.

STRATHMAN, C. Romantic poetry and the fragmentary imperative. Albany: Sunny Press, 2006.

TORRES-MARCHAL, C. 30 Anos com Sousândrade. Recife: Revista Eutomia, 2015.

WOLFSON, S. Revision as form: Wordsworth’s Drowned Man. In: GILL, S. (ed.). William Wordsworth’s The Prelude: a casebook. Oxford: Oxford University Press, 2006.

Publicado

2019-12-05

Número

Sección

Dossiê: As vozes do arquivo literário: problemas, linguagens, aproximações