A Europa culta e o maravilhoso deserto
DOI:
https://doi.org/10.17851/2358-9787.18.1.37-55Parole chiave:
Literaturas nacionais, Romantismo, Missão Francesa.Abstract
O presente ensaio propõe uma reflexão sobre o tema das relações entre a literatura francesa e a literatura brasileira, à luz dos vínculos entre literatura e nação, na perspectiva de uma formação discursiva moderna. As literaturas nacionais projetam-se no espaço da literatura mundial, onde estão sujeitas às mesmas regras de competição que definem as relações entre as nações.
Embora os processos político-econômicos de povoamento e ocupação dos territórios, no Brasil, não suportem comparações com os que ocorrem na França, em ambos os países a literatura se constitui como sistema que produz e faz circular novas formas de capital simbólico, identificações imaginárias e modelos linguísticos hegemônicos. Evocamos a Missão Francesa, para lembrar que se trata de uma educação do olhar. Também será mencionada a descrição de personagens, enfatizando sua função de produção e reforço de uma imagem de tipos nacionais.
Riferimenti bibliografici
BONNEWITZ, Patrice. Pierre Bourdieu; vie, oeuvre, concepts. Paris: Ellipses, 2002.
CARDOSO, Rafael et al. Castro Maya colecionador de Debret. São Paulo: Capivara; Rio de Janeiro: Fundação Castro Maya, 2003. p. 29.
CASANOVA, Pascale. La République Mondiale des Lettres. Paris: Seuil, 1999.
CHARAUDEAU, Patrick; MAINGUENEAU, Dominique. Dictionnaire d’analyse du discours. Paris: Seuil, 2002.
CHARTIER, Roger. Leituras e leitores na França do Antigo Regime. Trad. Álvaro Lorencini. São Paulo: UNESP, 2003.
DEBRET, Jean-Baptiste. Voyage pittoresque et historique au Brésil, III, Paris: Firmin Didot Frères, 1839.
FOUCAULT, Michel. Les mots et les choses. Paris: Gallimard, 1966.
FOUCAULT, Michel. L’archéologie du savoir. Paris: Gallimard, 1969.
GAUTIER, Théophile. Roman de la momie. Paris: Hachette, 1858. Disponível em: <http://www.ebooksgratuits.com>. Acesso em: 23 fev. 2009.
GUIMARÃES, Samuel Pinheiro. Quinhentos anos de periferia. Porto Alegre/Rio de Janeiro: Editora UFRGS/Contraponto, 2002.
HOBSBWAM, Eric J. A era das revoluções; Europa 1789-1848. Trad. Maria Tereza Lopes Teixeira e Marcos Penchel. São Paulo: Paz e Terra, 2008a.
HOBSBWAM, Eric. Nações e nacionalismo desde 1870. Trad. Maria Célia Paoli e Anna Maria Quirino. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2008b.
LE GOFF, Jacques. Em busca da Idade Média. Trad. Marcos de Castro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.
LÉVI-STRAUSS, Claude. Tristes tropiques. Paris: Plon, 1955.
LUZ, Angela Ancora da. Missão francesa. Disponível em: <http://www.eba.ufrj.br/~missaofrancesa>. Acesso em: 4 jul. 2007.
MACEDO, Joaquim Manoel de. A moreninha. São Paulo: Martin Claret, 2003.
MAINGUENEAU, Dominique. Formation discursive. In: CHARAUDEAU, Patrick; MAINGUENEAU, Dominique. Dictionnaire d’analyse du discours. Paris: Seuil, 2002a. p. 271.
MAINGUENEAU, Dominique. Interdiscours. In: CHARAUDEAU, Patrick; MAINGUENEAU, Dominique. Dictionnaire d’analyse du discours. Paris: Seuil, 2002b. p. 324.
MAINGUENEAU, Dominique. Archéologie et analyse du discours. Texto! Juin 2005. Disponível em: <http://www.revue-texto.net/Reperes/Themes/Maingueneau_Archeologie.html>. Acesso em: 27 jan. 2009.
MELLO, Celina Moreira de. Por um novo olhar sobre um saber antigo; o estatuto do clássico no espaço-histórico francês. Calíope Presença Clássica. 7 Letras & Programa de Pós-graduação em Letras Clássicas/UFRJ, n..14, p. 39-56, 2006.
MELLO, Celina Moreira de. L’Artiste (1831-1838); crítica literária, ethos e cena genérica. III SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE ANÁLISE DO DISCURSO; EMOÇÕES, ETHOS E ARGUMENTAÇÃO. Anais... Belo Horizonte, UFMG, 2008. CD-ROM
NAVES, Rodrigo. A forma difícil; ensaios sobre a arte brasileira. 2. ed. São Paulo: Ática, 2001.
NEVES, Lúcia Maria Bastos. Antídotos contra obras “ímpias e sediciosas”: censura e repressão no Brasil de 1808 a 1824. In: ABREU, Márcia (Org.). Leitura, história e história da leitura. Campinas: Mercado de Letras, 2000. p. 377-410.
NITHEROY; Revista Brasiliense. Sciencias, Letras e Artes. Paris, t. I, n.1 e 2, 1836.
SAND, Schlomo. Comment le peuple juif fut inventé; de la Bible au sionisme. Traduzido do hebraico por Sivan Cohen-Wiesenfeld e Levana Frenk. Paris: Fayard, 2008.
SANTOS, Afonso Marques dos. A Academia Imperial de Belas Artes e o Projeto civilizatório do Império. In: PEREIRA, Sonia Gomes et al. 180 Anos de Escola de Belas Artes. Rio de Janeiro: UFRJ, 1998. p. 127-146.