O quotidiano familiar: palco da experiência do adoecimento do adulto jovem
DOI:
https://doi.org/10.35699/reme.v21i1.49852Palavras-chave:
Relações Familiares, Enfermagem, Atividades Cotidianas, Doença Crônica, Humanização da AssistênciaResumo
Introdução: a família é grupo coletivo formado por múltiplos arranjos cujo adoecimento crônico gera grandes modificações. Objetivo: compreender o quotidiano de cuidado expresso por um adulto jovem em condição de adoecimento crônico e sua família. Método: estudo qualitativo fundamentado na Sociologia Compreensiva do Quotidiano de Michel Maffesoli, operacionalizada pela entrevista em profundidade realizada durante 12 visitas domiciliares a uma pessoa com doença crônica e sua família. A análise se deu por meio da "razão sensível", sendo os ciclos de repetições e permanência que constroem no quotidiano guias da organização sistemática. Resultados: a participante do estudo foi Atena, mulher jovem, com lúpus eritematoso e hipertensão arterial sistêmica há 15 anos e insuficiência renal crônica em tratamento hemodialítico há quatro anos. Os dados foram organizados de modo a demonstrar as características da vida familiar de Atena e posteriormente discutiram-se as duas unidades de significados. Discussão: compreendeu-se que a família é um grupo coletivo que vive a alteridade, num equilíbrio conflitivo e harmonioso o qual constitui a socialidade de base. É devido à existência da socialidade que as formas do quotidiano podem ser usadas como maneira de resistir a imposições de poderes externos pela pessoa adoecida apoiada pelos familiares. Conclusão: é preciso reconhecer a importância do quotidiano familiar, pois é o lugar onde se constrói e compartilha as escolhas e comportamentos diante da experiência do adoecimento.
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