O quotidiano familiar: palco da experiência do adoecimento do adulto jovem

Autores

  • Rafaely de Cassia Nogueira Sanches Faculdade Santa Maria da Glória, Maringá PR , Brazil, Enfermeira. Doutoranda em Enfermagem. Professora Adjunta. Faculdade Santa Maria da Glória - SMG. Maringá, PR - Brasil
  • Vanessa Denardi Antoniasse Baldissera Universidade Estadual de Maringá, Maringá PR , Brazil, Enfermeira. Doutora em Ciências. Professora Adjunta. Universidade Estadual de Maringá - UEM. Maringá, PR - Brasil, Universidade Estadual de Maringá
  • Ana Maria Peçanha Universidade Paris Descartes V, Sorbonne, Laboratoire d'Ethique Médicale e Medicine Legale, Paris , FR, Socióloga. Doutora em Ciências Sociais. Professora pesquisadora associada. Universidade Paris Descartes V. Sorbonne, Laboratoire d'Ethique Médicale e Medicine Legale. Paris - FR
  • Cremilde Aparecida Trindade Radovanovic UEM, Programa de Pós-graduação e Graduação em Enfermagem, Maringá PR , Brazil, Enfermeira. Doutora em Ciências da Saúde. Professora Adjunta. UEM, Programa de Pós-graduação e Graduação em Enfermagem. Maringá, PR - Brasil, Universidade Estadual de Maringá

DOI:

https://doi.org/10.35699/reme.v21i1.49852

Palavras-chave:

Relações Familiares, Enfermagem, Atividades Cotidianas, Doença Crônica, Humanização da Assistência

Resumo

Introdução: a família é grupo coletivo formado por múltiplos arranjos cujo adoecimento crônico gera grandes modificações. Objetivo: compreender o quotidiano de cuidado expresso por um adulto jovem em condição de adoecimento crônico e sua família. Método: estudo qualitativo fundamentado na Sociologia Compreensiva do Quotidiano de Michel Maffesoli, operacionalizada pela entrevista em profundidade realizada durante 12 visitas domiciliares a uma pessoa com doença crônica e sua família. A análise se deu por meio da "razão sensível", sendo os ciclos de repetições e permanência que constroem no quotidiano guias da organização sistemática. Resultados: a participante do estudo foi Atena, mulher jovem, com lúpus eritematoso e hipertensão arterial sistêmica há 15 anos e insuficiência renal crônica em tratamento hemodialítico há quatro anos. Os dados foram organizados de modo a demonstrar as características da vida familiar de Atena e posteriormente discutiram-se as duas unidades de significados. Discussão: compreendeu-se que a família é um grupo coletivo que vive a alteridade, num equilíbrio conflitivo e harmonioso o qual constitui a socialidade de base. É devido à existência da socialidade que as formas do quotidiano podem ser usadas como maneira de resistir a imposições de poderes externos pela pessoa adoecida apoiada pelos familiares. Conclusão: é preciso reconhecer a importância do quotidiano familiar, pois é o lugar onde se constrói e compartilha as escolhas e comportamentos diante da experiência do adoecimento.

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Publicado

05-03-2018

Edição

Seção

Pesquisa

Como Citar

1.
O quotidiano familiar: palco da experiência do adoecimento do adulto jovem. REME Rev Min Enferm. [Internet]. 5º de março de 2018 [citado 11º de dezembro de 2024];21(1). Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/reme/article/view/49852

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