As necessidades em saúde de usuários e sua interação com a atenção primária
DOI:
https://doi.org/10.5935/1415-2762.20200029Palavras-chave:
Necessidades e Demandas de Serviços de Saúde, Integralidade em Saúde, Atenção Primária à Saúde, Promoção da Saúde, EnfermagemResumo
Objetivo: compreender o significado das necessidades em saúde da vida cotidiana para os usuários da atenção primária à saúde. Método: trata-se de pesquisa qualitativa cujo referencial teórico foi o interacionismo simbólico, e o metodológico foi a teoria fundamentada nos dados. Foram entrevistados 23 usuários da atenção primária à saúde do município de Coxim-MS, no período de fevereiro a novembro de 2018. As entrevistas foram gravadas, transcritas e analisadas, sendo a análise concomitante a coleta de dados. A duração das entrevistas foi, em média, de uma hora. Inicialmente os participantes foram selecionados aleatoriamente. No decorrer da análise dos dados, foram sendo constituídos os grupos amostrais, com a finalidade de ampliar a variabilidade das concepções sobre o fenômeno. Os dados foram analisados por meio da codificação aberta, axial e seletiva. Resultados: as necessidades em saúde da vida cotidiana resultam da interconexão de três subcategorias, a seguir: a primeira, denominada “o autocuidado: cuidando do que eu podia cuidar” - self; a segunda, “os relacionamentos na sociedade - a interação com o outro”; e a última, “as relações com o espaço onde se vive - a interação com o ambiente”. Conclusão: constatou-se que as necessidades da vida cotidiana não são significadas em uma perspectiva interacionista, pelos usuários, como demandas que podem ser cuidadas nos serviços. Dessa forma, por se distanciarem das demandas biológicas, são negligenciadas pelos profissionais de saúde na atenção primária e refletem que o cuidado integral ainda permanece como desafio no âmbito do Sistema Único de Saúde.
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