Entre a vida enferma e a morte sadia: a ortotanásia na vivência de enfermeiros em unidade de terapia intensiva

Autores

  • Silvana Bastos Cogo Bisogno Universidade Federal de Santa Maria, Centro de Educação Superior Norte do Rio Grande de Sul , Departamento de Enfermagem; Núcleo de Pesquisas Interdisciplinares em Saúde
  • Alberto Manuel Quintana Núcleo de Pesquisas Interdisciplinares em Saúde; UFSM, Departamento de Psicologia Programas de Pós-Graduação em Psicologia (Mestrado) e Pós-Graduação em Enfermagem (Mestrado)
  • Valéri Pereira Camargo Núcleo de Pesquisas Interdisciplinares em Saúde; Universidade Federal de Santa Maria

DOI:

https://doi.org/10.35699/reme.v14i3.50451

Palavras-chave:

Enfermeiro, Morte, Direito a Morrer

Resumo

Considerando que a ortotanásia diz respeito a um termo por vezes controverso e com insuficientes discussões éticas e jurídicas, realizou-se uma pesquisa objetivando conhecer a percepção de profissionais enfermeiros sobre essa prática no contexto hospitalar. Trata-se de uma pesquisa de caráter exploratório, pautada na abordagem qualitativa, desenvolvido em uma UTI adulto de um Hospital público do Rio Grande do Sul, tendo sido entrevistadas cinco enfermeiras. Optouse pela entrevista semidirigida, realizada de janeiro a março de 2008. Os cuidados relacionados aos aspectos éticos envolvidos na pesquisa foram devidamente cumpridos. Após a análise de conteúdo, emergiram as categorias: é o médico quem decide; o paciente não é investível; a participação dos familiares; o morrer com dignidade; e a ortotanásia oculta. Tratar do assunto da ortotanásia é uma tentativa de contextualizar sua existência e atuação diante de uma rotina que tenta escondê-la ou mascará-la, justamente pelo fato de não existir amparos para sua prática, tanto da jurisdição legal como da própria medicina. A ortotanásia, dita nova, é, na verdade, uma antiga prática instalada no ambiente hospitalar e que, de acordo com os profissionais entrevistados, é uma possibilidade viável de tratar a morte como um processo irremediável e constante, de forma a contrapor-se ao prolongamento do sofrimento humano. Acredita-se que os profissionais envolvidos na assistência a UTI devem ser estimulados a participar de espaços que lhes possibilitem uma abertura aos assuntos relacionados à morte, já que falando sobre ela pode-se, aos poucos, desestigmatizá-la e passar a encará-la sob nova forma.

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Publicado

01-09-2010

Como Citar

1.
Bisogno SBC, Quintana AM, Camargo VP. Entre a vida enferma e a morte sadia: a ortotanásia na vivência de enfermeiros em unidade de terapia intensiva. REME Rev Min Enferm. [Internet]. 1º de setembro de 2010 [citado 22º de novembro de 2024];14(3). Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/reme/article/view/50451

Edição

Seção

Pesquisa

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