Chamada de trabalhos para o volume 8, número 1, ano 2023

16-01-2023

Com o intuito de incentivar a produção acadêmica no âmbito das ciências do Estado, a Equipe Editorial da REVICE torna pública a presente chamada, referente à composição do dossiê do volume 8, número 1, ano 2023. O tema do dossiê desta edição será CIÊNCIAS DO ESTADO: SENTIDOS E DESTINOS.

A razão da existência da Revista de Ciências do Estado vai além de ser um periódico científico de qualidade. Fruto do empenho dos discentes do Bacharelado em Ciências do Estado,  a REVICE cumpre, desde a sua criação, em 2016, três objetivos que são inerentes à sua formação. O primeiro deles é justamente o de se desenvolver enquanto um periódico de alta qualidade acadêmica, o segundo o de ser um espaço de conhecimento interdisciplinar para o estudo das Ciências do Estado e de suas áreas correlatas e o terceiro — igualmente importante — é o de ser um locus acadêmico para que bacharelandos e Bacharéis em Ciências do Estado possam publicar suas pesquisas acerca desse antigo e autônomo campo do conhecimento.

O Bacharelado em Ciências do Estado da Universidade Federal de Minas Gerais foi uma conquista proporcionada pelo Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (2007) que propôs a criação de um grupo de novos cursos, voltados para a inovação, que integrasse a competência instalada a trajetórias formativas inéditas. Assim, o curso é inventivo na medida em que propõe pensar o fenômeno do poder macrofilosoficamente. A hiperespecialização, muito característica dos séculos XIX e XX, representou um problema para a filosofia e para as ciências como um todo ao proporcionar um exagero tecnicista que, apesar de seu sucesso em produzir um volume estrondoso de informação, não foi igualmente capaz de formular respostas compreensivas aos problemas da humanidade e em especial das humanidades. Por isso, urge recuperar as perguntas macro para o uso público, cósmico e crítico da razão. O curso, portanto, pretendeu conciliar o técnico e o filosófico interdisciplinarmente e para tornar isso possível, o projeto pedagógico permitiu que os alunos, ao chegarem ao quinto período da graduação, pudessem escolher entre dois percursos acadêmicos: a formação em Democracia e Governança Social ou a formação em Estado Democrático e Contemporaneidade. 

De fato, para que o curso pudesse se colocar como espaço de debate de um ramo do conhecimento autônomo e novo, foi preciso que fosse pensado um objeto e um método de estudo próprios. Assim,  seu objeto de estudo é o próprio Estado, não o Estado somente enquanto ideia ou somente o Estado que se manifesta na efetividade, mas sim o Estado pensado no todo, o Estado histórico-cultural: a ideia manifesta na história. E para pensar esse Estado, o método transversal é o único capaz de interligar o político, o jurídico e o social inter e transdisciplinarmente pelo fenômeno do poder. A ciência política, a ciência jurídica, e a ciência social são partes do estudo das Ciências do Estado, mas estas não se resumem àquelas. O estudo interdisciplinar dessas ciências pensando o Estado como seu objeto é o que produz a riqueza completamente inédita, autônoma e revolucionária das Ciências do Estado.

Em sua primeira edição, a REVICE se propôs a pensar o tema Ciências do Estado: Trajetórias e Perspectivas. Neste Volume 8, Número 1, em comemoração aos 15 anos da fundação do Bacharelado em Ciências do Estado na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais e aos 7 anos da Revista de Ciências do Estado, o tema do dossiê desta edição será CIÊNCIAS DO ESTADO: SENTIDOS E DESTINOS.

A riqueza almejada pelo novo dossiê da Revista de Ciências do Estado abrange questionamentos como: quais são as Ciências do Estado? Como pensar o Estado interdisciplinarmente? De que maneira os campos da política, do direito e da sociedade podem ser estudados pelo método transversal? Como promover um conhecimento que vai do micro para o macro? Quais são as perguntas macro essenciais a este campo? Quais são as respostas macro possíveis ao momento? Como superar os limites da hiperespecialização? Quais os desafios contemporâneos das Ciências do Estado? O que é o Estado e qual seu papel? Como pensar o mundo pela Filosofia do Estado? Quais os sentidos e os destinos que as Ciências do Estado têm tomado ou devem tomar na contemporaneidade?

Esse número engloba, portanto, trabalhos sobre: Ciências do Estado; Interdisciplinaridade; Transdisciplinaridade; Universidade; Ensino Jurídico; Estado de Direito; Nação; Cultura; Poder; Ética Política; Teoria do Estado; Teoria comparada do Estado; Filosofia do Estado; Antropologia Cultural do Estado; Cidadania(s); Governança Social; Teoria da Administração Pública; Organizações sociais; Gestão do Terceiro Setor; História do Estado; Controle externo; Instituições políticas; Democracia; Desenvolvimento(s); Planejamento econômico estatal; Proteção Internacional dos Direitos Humanos; Diplomacia;  Estudos Estratégicos, bem como reflexões sobre o próprio Bacharelado em Ciências do Estado.

I - A publicação da REVICE dar-se-á em fluxo contínuo.

II – A REVICE receberá trabalhos para o presente do dossiê da data da sua publicação até 16 de abril de 2023.

III - Os trabalhos cujo processo de avaliação e correção não se encerrarem até 30 de junho de 2023 serão publicados nos números seguintes da REVICE.

IV - Todas as políticas de submissão da REVICE, bem como suas políticas editoriais, se encontram em seu site oficial.

V – Serão aceitos apenas artigos, ensaios, resenhas, traduções inéditas e memórias históricas.

VI – Os trabalhos de temática livre continuam a ser aceitos pela REVICE.

 

Belo Horizonte, 16 de janeiro de 2023.

 

Lucas Antônio Nogueira Rodrigues

Editor-Chefe

 

João Pedro Braga de Carvalho

Editor-Chefe Adjunto