O Imaginário na pandemia

o impacto simbólico da "gripezinha" e o discurso negacionista do Estado

Autores

  • Claudio Paixão Anastácio de Paula Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) https://orcid.org/0000-0001-9587-2191
  • Eliane Pawlowski de Oliveira Araújo Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  • Tiago Alves Joseph Campbell Foundation Mythological RoundTable®

DOI:

https://doi.org/10.35699/2316-770X.2020.20455

Palavras-chave:

Pandemia, Imaginário, Discurso estatal

Resumo

Dentre os grandes desastres que acompanharam a história humana, as grandes Pandemias tem se destacado por deixarem marcas duradouras em todos os campos, inclusive no imaginário.  Do castigo divino das interpretações religiosas e mitológicas às explicações científicas, o ser humano luta sempre com as significações atribuídas a essas doenças, moldando-as e sendo moldado por elas. O imaginário que cerca as pandemias as significa, dá forma ao medo e à angústia, sustenta discursos de Estado e influencia as massas. A palavra, como elemento simbólico capaz de catalisar o surgimento de imaginários coletivos e potencializar suas consequências, é a chave escolhida para refletir sobre essa forma de influência durante a pandemia de 2020 e de ressaltar a importância de uma leitura simbólica na interpretação da realidade.

Biografia do Autor

  • Claudio Paixão Anastácio de Paula, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

    Doutor em Ciência da Informação

    Professor Associado da Escola de Ciência da Informação

    Coordenador do Gabinete de Estudos da Informação e do Imaginário (GEDII/ECI/UFMG)

    Universidade Federal de Minas Gerais

  • Tiago Alves, Joseph Campbell Foundation Mythological RoundTable®

    Licenciado em Artes Visuais

    Lider da Joseph Campbell Foundation Mythological RoundTable® Group de Belo Horizonte

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Publicado

2021-11-19

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

O Imaginário na pandemia: o impacto simbólico da "gripezinha" e o discurso negacionista do Estado. Revista da UFMG, Belo Horizonte, v. 27, n. 3, p. 150–177, 2021. DOI: 10.35699/2316-770X.2020.20455. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistadaufmg/article/view/20455. Acesso em: 22 dez. 2024.

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