Publicado 2023-07-10
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Resumo
Ao tornar-se duque de Florença em 1537, Cosimo I de’ Medici (1519-1574) empreende um conjunto de iniciativas buscando fortalecer seu poder. Além de executar uma série de reformas administrativas, concentrando sua autoridade e expandindo seus domínios pela Toscana, o duque explora um complexo aparato imagético em suas encomendas artísticas, recorrendo à associação de sua figura com fontes e conceitos antigos. Dentre estes, de especial importância é a adoção do signo astrológico de Capricórnio, estabelecendo um vínculo simbólico com o Império Romano (sobretudo na figura de Augusto). O presente artigo discute como a adoção do signo como impresa pessoal, entretanto, também exibe outras conotações, ligadas ao interesse de Cosimo I por disciplinas esotéricas como a astrologia, a alquimia e a magia, compondo o corpus conceitual conhecido no período como occulta philosophia, tendo como enquadramento teórico o neoplatonismo florentino desenvolvido a partir da década de 1460. Por meio deste estudo, pretende-se, chamar atenção para a utilização de saberes e elementos esotéricos, explorados em programas decorativos, como ferramentas de promoção e consolidação política de um reino em ascensão.