Caminos y desvíos del patrimonio arqueológico del Muelle de Valongo (Río de Janeiro)
DOI:
https://doi.org/10.31239/rap61667Palabras clave:
Patrimonio mundial, Lugares de memoria difícil, Gestión del patrimonio arqueológico, Historia pública de la esclavitudResumen
Este artículo analiza el proceso de patrimonialización del sitio arqueológico del Muelle de Valongo (Río de Janeiro), que fue designado como Patrimonio Mundial en 2017. A través del análisis de procedimientos judiciales y administrativos relacionados con el sitio, el artículo discute los principales desafíos en la preservación, gestión y promoción del Muelle de Valongo, considerado por la UNESCO como “la evidencia física más importante de la llegada de africanos esclavizados a las Américas”. Los principales obstáculos incluyen dificultades de coordinación entre los diferentes niveles de gobierno, falta de financiamiento suficiente, y retrasos en la implementación de políticas destinadas a poner en valor el sitio. La ausencia de un centro de interpretación del patrimonio y de una gestión eficaz del sitio impiden el pleno reconocimiento del Muelle de Valongo como lugar de memoria de la diáspora africana, limitando su potencial educativo en la historia pública de la esclavitud y su relevancia para la reflexión sobre cuestiones contemporáneas de raza y desigualdad.
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