O Sentido da metamorfose: precariedade e permanência em Macunaíma
DOI:
https://doi.org/10.17851/2317-2096.1..145-152Resumo
A atitude carnal afetada por Macunaíma, o "herói sem nenhum caráter" do romance de Mário de Andrade (1928), permite-nos reconsiderar esse personagem como emblema do corpo, cancelando (de acordo com a opinião de Bakhtin) as barreiras entre o "interior" e "exterior" – um corpo que atravessa os "lugares cheios" da identidade, combinando múltiplas experiências em uma uniformidade substancial ideológica. Nesse sentido, a condição amorfa do herói de Andrade, em conexão com sua capacidade de "entrar no corpo do outro" (Starobinsky), com sua faculdade metamorfoseada, torna-se um paradigma da condição brasileira, caracterizada também pela tendência de se identificar na ausência, como produto da mediação entre diferentes padrões culturais. Macunaíma, como texto e personagem, é, afinal, a novelização, a "metáfora" (Rella), de uma identidade que consiste em uma falta, que dura dentro e através da transformação.Tradução de Maria Eneida Victor Farias.
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Referências
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