Maternidade monstruosa em Cornélio Penna
DOI:
https://doi.org/10.17851/2317-2096.16.2.147-157Palavras-chave:
Cornélio Penna, monstro, patriarcalismo, monster, patriarchalism.Resumo
Resumo: Através da recorrente metáfora do monstro em Fronteira, Dois romances de Nico Horta e Repouso, Cornélio Penna configura, alegoricamente, o estado de violência que o patriarcalismo engendra. Mães potencialmente destrutivas geram seres que as repetem, mas que são diferentes. Portanto, não as reconhecem e com elas não se identificam. Ícone da criação monstruosa, Frankenstein, de Mary Shelley, é produtivo para uma reflexão a respeito da tensão presente entre criador e criatura que torna impossível fixar a monstruosidade num ou noutro. Num universo em constante mutação, também os seres se tornam mutantes, inapreensíveis e irreconhecíveis. Qualquer idéia de fixidez identitária se revela falsa.
Palavras-chave: Cornélio Penna; monstro; patriarcalismo.
Abstract: Through the recurrent metaphor of the monster in Fronteira, Dois romances de Nico Horta and Repouso, Cornélio Penna allegorically gives shape to the state of violence engendered by patriarchalism. Potentially destructive mothers breed beings that repeat them, despite being different from them. Therefore, they do not recognise their mothers and do not identify with them. An icon of monstrous creation, Mary Shelley’s Frankenstein is helpful for a reflection on the tension between creator and creature and on the impossibility of placing monstrosity on either side. In an ever- changing universe, beings also become mutant, inapprehensible, unrecognisable. Any idea of fixed identity proves to be false.
Keywords: Cornélio Penna; monster; patriarchalism.
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