Detetives agnósticos e leitores demiúrgicos: a questão do saber em O leilão do lote 49 e “Cidade de vidro”

Autores

  • Julio Jeha Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.17851/2317-2096.20.3.127-137

Palavras-chave:

ficção de detetive, literatura pós-modernista, Thomas Pynchon, Paul Auster

Resumo

O leilão do lote 49, de Thomas Pynchon, e “Cidade de vidro”, de Paul Auster, divergem da ficção de mistério tradicional em termos de personagens, estrutura e estética. Ambos têm detetives incomuns que descobrem mais sobre si próprios e os Estados Unidos do que sobre um crime ou um culpado; ambos negam uma solução final ao oferecerem possibilidades múltiplas; ambos comentam a natureza da ficção de detetives segundo a visão de mundo moderna e a pós-moderna. Essas divergências os caracterizam como histórias de antidetetives, em que uma descoberta da verdade é frustrada.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AUSTER, Paul. Cidade de vidro. In: ______. A trilogia de Nova York. Trad. Marcelo D. Almada. São Paulo: Best Seller, 1987. p. 5-149.

BARONE, Dennis (Ed.). Beyond the red notebook: essays on Paul Auster. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1995.

BARTHES, Roland. A morte do autor. In: ______. O rumor da língua. Trad. Mário Laranjeira. São Paulo: Martins Fontes, 2004. p. 57-64.

BAUDRILLARD, Jean. Simulacres et simulation. Paris: Éditions Galilée, 1981.

BAYLON, Daniel. The crying of lot 49: vrai roman et faux policier? Caliban, n. 23, p. 111-125, 1986.

CHÉNETIER, Marc. Paul Auster’s pseudonymous world. In: BARONE, Dennis (Ed.). Beyond the red notebook: essays on Paul Auster. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1995. p. 34-43.

DOYLE, Arthur Conan. Sherlock Holmes: edição definitiva, comentada e ilustrada. Edição, prefácio e notas de Leslie S. Klinger. Trad. Maria Luiza Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 2005. 9 v.

DUBOIS, Jacques. Le roman policier ou la modernité. Paris: Nathan, 1992.

ÉVRARD, Franck. Lire le roman policier. Paris: Dunod, 1996.

JAMESON, Fredric. Postmodernism, or, the cultural logic of late capitalism. Durham: Duke University Press, 1991.

MCHALE, Brian. Postmodernist fiction. New York: Methuen, 1987.

MEAD, Clifford. Thomas Pynchon: a bibliography of primary and secondary materials. Elmwood Park: Dalkey Archive Press, c1989.

MESSAC, Régis. Le “detective novel” et l’influence de la pensée scientifique. Paris: H. Champion, 1929.

O’DONNELL, Patrick. New essays on The crying of lot 49. Cambridge: Cambridge University Press, 1991.

PEIRCE, Charles Sanders. Collected papers. Ed. Charles Weiss; Paul Hartshorne; Arthur W. Burks. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1935-1958. 8 v.

POE, Edgar Allan. A carta furtada. In: ___. Ficção completa, poesia & ensaios. Org., trad., anotados por Oscar Mendes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1965. p. 171-186.

PYNCHON, Thomas. O leilão do lote 49. Trad. Jório Dauster. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

RUSSELL, Alison. Deconstructing The New York trilogy: Paul Auster’s anti-detective fiction. Critique, n. 31, p. 71-84, 1990.

SORAPURE, Madeleine. The detective and the author: City of glass. In: BARONE, Dennis (Ed.). Beyond the red notebook: essays on Paul Auster. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1995. p. 71-87.

SPANOS, William V. The detective and the boundary: some notes on the postmodern literary imagination. Boundary 2, n. 1, p. 147-168, 1972.

TANI, Stefano. The dismemberment of the detective. Diogenes, n. 120, p. 22-41, 1982.

TANI, Stefano. The doomed detective. Carbondale: Southern Illinois University Press, 1984.

THOMPSON, Jon. Fiction, crime, and empire: clues to modernity and postmodernism. Urbana: University of Illinois Press, 1993.

Downloads

Publicado

2010-12-31

Como Citar

Jeha, J. (2010). Detetives agnósticos e leitores demiúrgicos: a questão do saber em O leilão do lote 49 e “Cidade de vidro”. Aletria: Revista De Estudos De Literatura, 20(3), 127–137. https://doi.org/10.17851/2317-2096.20.3.127-137

Edição

Seção

Dossiê - Crimes Literários