Rotina de guerra e entomologia: os Diários de guerra de E. Jünger e Tempestades de aço

Autores

  • Helmut Galle Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.17851/2317-2096.23.2.15-34

Palavras-chave:

Primeira Guerra Mundial, diário, ficcionalização

Resumo

Durante seus quatro anos na Primeira Guerra Mundial, Ernst Jünger anotou, quase diariamente, suas observações em pequenos cadernos, que depois serviram como base para seu livro Tempestade de aço (In Stahlgewittern), de 1920, e suas seis revisões, realizadas até 1978. Esse livro sempre foi visto como manifestação ideológica no contexto do entreguerras, mas também atraiu o interesse por suas descrições sóbrias da violência e sua linguagem imagética. Em 2010, a transcrição comentada dos cadernos – incluindo os registros coleopterológicos do pesquisador amador – foi editada por Helmuth Kiesel, dando acesso público às anotações originais do autor. Uma vez que a crítica geralmente considerou o livro uma espécie de diário redigido ou “ficcionalizado”, o presente artigo tem por objetivo comparar essas anotações com a primeira versão de Tempestades de aço. Aqui, será analisado, além da questão da ficcionalidade, em que medida os textos divergem em extensão, assuntos, estilo, voz narrativa e cor ideológica.

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Biografia do Autor

Helmut Galle, Universidade de São Paulo

Departamento de Letras Modernas, Área de Alemão.

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Publicado

2013-08-30

Como Citar

Galle, H. (2013). Rotina de guerra e entomologia: os Diários de guerra de E. Jünger e Tempestades de aço. Aletria: Revista De Estudos De Literatura, 23(2), 15–34. https://doi.org/10.17851/2317-2096.23.2.15-34

Edição

Seção

Sessão 1. A Primeira Guerra Moderna na Literatura