Da filologia da guerra à divisão do “eu” feminino em As Duas Sombras do Rio, de João Paulo Borges Coelho
DOI:
https://doi.org/10.17851/2317-2096.23.2.77-89Palavras-chave:
literatura moçambicana, João Paulo Borges Coelho, guerra, representação da mulherResumo
Em seu primeiro romance, As duas sombras do rio, João Paulo Borges Coelho explora diversos aspectos da guerra civil moçambicana, entre eles a ruptura familiar, o comércio ilegal e o trauma vividos pelas mulheres. Veremos como as personagens femininas, nesse romance, já não são vistas por seu caráter passivo e de espera ou como vítimas de uma guerra feita exclusivamente por homens; pelo contrário, individualizadas e já não representadas em bloco, mostram-se ativas de múltiplas maneiras. Desempenhando papéis variados na hierarquia social do romance, seus destinos se aproximam apenas pela divisão existencial e pela transitoriedade, condições tornadas visíveis pela descrição de seus estados íntimos e suas ações públicas.
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