O ódio: “uma potência não igualável”: representação do mal político em Aprender a rezar na era da técnica

Autores

  • Marcelo Franz Universidade Tecnológica Federal do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.17851/2317-2096.27.1.109-125

Palavras-chave:

Gonçalo M. Tavares, Aprender a rezar na era da técnica, mal, violência de estado, biopolítica

Resumo

A ficção de resistência, fundamentada na experiência do trauma e na percepção do primado do mal como práxis política, continua tendo atualidade e universalidade. Com suas tramas um tanto distópicas, situadas num espaço-tempo indefinido, mas que propositalmente evocam as experiências do período dos totalitarismos da Europa na primeira metade do século XX, os livros da série “O reino”, de Gonçalo M. Tavares, apontam para a atemporalidade desses problemas. Propomo-nos a observar, na análise de Aprender a rezar na era da técnica, nuances e detalhes da concretização disso, numa aproximação com os conceitos de violência de Estado, de Walter Benjamin, e de “biopolítica”, de Giorgio Agamben.

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Biografia do Autor

Marcelo Franz, Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Marcelo Franz é professor de literaturas de língua portuguesa da UTFPR. Graduado em Letras Português-Franncês pela UFPR (1994). Mestre em Literatura Brasileira pela UFPR (1997). Doutor em Literatura Portuguesa pela USP (2002). Realizou Pós-Doutorado em Teoria Literária e Literatura Comparada pela USP (2013).

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Publicado

2017-07-03

Como Citar

Franz, M. (2017). O ódio: “uma potência não igualável”: representação do mal político em Aprender a rezar na era da técnica. Aletria: Revista De Estudos De Literatura, 27(1), 109–125. https://doi.org/10.17851/2317-2096.27.1.109-125

Edição

Seção

Dossiê - Literatura e Mal