W. G. Sebald: pós-memória, palavra e imagem
DOI:
https://doi.org/10.17851/2317-2096.27.2.209-224Palavras-chave:
W. G. Sebald, pós-memória, palavra, imagemResumo
O objetivo do artigo é propor uma leitura da poética de W. G. Sebald a partir da noção de “pós-memória” e sua específica contribuição para o debate acerca das relações entre palavra e imagem. São expostos três momentos de análise: em primeiro lugar, o uso ecfrástico que faz Sebald de Albrecht Altdorfer em seu poema “Nach der Natur” (1988); em segundo lugar, a apropriação do Roland Barthes de A câmara clara feita em uma entrevista; e, finalmente, a leitura detida de uma das seções de Vertigem (1990), na qual a figura de Franz Kafka é aproximada à de Jean Paul. A hipótese é de que a fronteira que rege as passagens entre palavra e imagem diz respeito também ao contato entre memória e experiência, desembocando em uma reflexão acerca da constituição do sujeito histórico e seu acesso ao discurso e à arte.
Referências
AGAMBEN, Giorgio. Ninfe. Torino: Bollati Boringhieri, 2007.
AGAZZI, Elena. “Divertissement” teratologici in Jean Paul. La Ricerca Folklorica, Italia, n. 33, p. 67-71, abr. 1996. Disponível em: http://www.jstor.org/stable/1480094. Acesso em: 8 maio 2017.
BALTRUSAITIS, Jurgis. Aberrações: ensaio sobre a lenda das formas. Tradução de Vera Harvey. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1999.
BARTHES, Roland. A câmara clara: nota sobre a fotografia. Tradução de Júlio Castañon Guimarães. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.
HIRSCH, Marianne. Family Frames: Photography, Narrative, and Postmemory. Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 1997.
HIRSCH, Marianne. Projected Memory: Holocaust Photographs and the Work of Postmemory. In: ZELIZER, Barbie (Ed.). Visual Culture and the Holocaust. London: Athlone, 2001. p. 215-246.
KLEBES, Martin. If You Come to a Spa: Displacing the Cure in Schwindel. Gefühle. and Austerlitz. In: ZISSELSBERGER, Markus (Ed.). The Undiscover’d Country: W. G. Sebald and the Poetics of Travel. New York: Camden House, 2010. p. 123-141.
LONG, Jonathan J. W. G. Sebald: Image, Archive, Modernity. New York: Columbia University Press, 2008.
ÖHLSCHLÄGER, Claudia; NIEHAUS, Michael (Ed.). W.G. Sebald-Handbuch. Stuttgart: J. B. Metzler, 2017.
SCHOLZ, Christian. But the Written Word Is Not a True Document: A Conversation with W. G. Sebald on Literature and Photography. In: PATT, Lise (Ed.). Searching for Sebald: Photography after W. G. Sebald. Los Angeles: The Institute of Cultural Inquiry, 2007. p. 104-109.
SEBALD, W. G. Do natural: um poema elementar. Tradução de Telma Costa. Lisboa: Quetzal, 2012.
SEBALD, W. G. Guerra aérea e literatura: com ensaio sobre Alfred Andersch. Tradução de Carlos Abbenseth e Frederico Figueiredo. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
SEBALD, W. G. Os emigrantes: quatro narrativas longas. Tradução de José Marcos Macedo, São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
SEBALD, W. G. Pátria apátrida: ensaios sobre literatura austríaca. Tradução de Telma Costa. Lisboa: Teorema, 2010.
WECHSLER, Judith. A Human Comedy: Physiognomy and caricature in th Century. Paris, Chicago, London: University of Chicago Press, 1982.
ZISSELSBERGER, Markus. Melancholy Longings: Sebald, Benjamin, and the Image of Kafka. In: PATT, Lise (Ed.). Searching for Sebald: Photography after W. G. Sebald. Los Angeles: The Institute of Cultural Inquiry, 2007. p. 280-301.
Downloads
Arquivos adicionais
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2017 Kelvin Falcão Klein (Autor)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja The Effect of Open Access).