Uma literatura militante: sobre a correlação de movimento indígena e literatura indígena brasileira contemporânea
DOI:
https://doi.org/10.17851/2317-2096.28.3.163-181Palavras-chave:
literatura indígena, movimento indígena, crítica do presente, xamanismo, David Kopenawa Yanomani, militânciaResumo
Desde fins de 1970, lideranças, intelectuais e comunidades indígenas organizaram-se em torno do movimento indígena, que congregou povos tradicionais do Brasil e da região amazônica (Venezuela, Equador, Peru, Colômbia, Bolívia), unificando e politizando sua luta, dando-lhe alcance internacional. Nesse contexto, emerge gradativamente a literatura indígena como arena e instrumento de defesa, promoção e publicização desse movimento, e como forma de autoexpressão e autoafirmação, através do relato da condição de exclusão, marginalização e violência sofridas por esses povos. Neste artigo, argumentaremos que a literatura produzida por eles alia-se diretamente ao movimento indígena, de modo a constituir um eu-nós lírico-político ativista, militante e engajado que funda e dinamiza uma voz-práxis política-politizante, carnal e vinculada, que parte da tradição ancestral, comunitária e xamânica e chega à crítica do presente, consolidando a figura do intelectual indígena como sujeito político que publiciza o próprio movimento indígena.
Downloads
Referências
BANIWA, Gersem dos Santos Luciano. O índio brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade; LACED/Museu Nacional, 2006.
CLASTRES, Pierre. Arqueologia da violência: ensaios de antropologia política. São Paulo: Brasiliense, 1982.
JECUPÉ, Kaká Werá. Oré Awé Roiru’a Ma: todas as vezes que dissemos adeus. São Paulo: TRIOM, 2002.
KOPENAWA, Davi; ALBERT, Bruce. A queda do céu: palavras de um xamã yanomami. São Paulo: Comp das Letras, 2015.
KRENAK, Ailton. Ailton Krenak. Organização de Sergio Cohn e Idjahure Kadiwel. Rio de Janeiro: Azougue Editorial, 2017.
KRENAK, Ailton. Encontros. Organização de Sergio Cohn. Rio de Janeiro: Azougue Editorial, 2015.
MUNDURUKU, Daniel. Memórias de índio: uma quase autobiografia. Porto Alegre: EDELBRA, 2016.
MUNDURUKU, Daniel. Mundurukando II: roda de conversa com educadores. Lorena: UK’A Editorial, 2017.
MUNDURUKU, Daniel. O caráter educativo do movimento indígena brasileiro (1970-1990). São Paulo: Paulinas, 2012.
POTIGUARA, Eliane. Metade cara, metade máscara. São Paulo: Global, 2004.
TUKANO, Álvaro. Álvaro Tukano. Organização de Sergio Cohn e Idjahure Kadiwel. Rio de Janeiro: Azougue Editorial, 2017.
VALENTE, Rubens. Os fuzis e as flechas: história de sangue e resistência indígena na ditadura. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
WERÁ, Kaká. Kaká Werá. Organização de Sergio Cohn e Idjahure Kadiwel. Rio de Janeiro: Azougue Editorial, 2017.
WERÁ, Kaká. O trovão e o vento: um caminho de evolução pelo xamanismo tupi-guarani. São Paulo: Polar, 2016.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2018 Leno Francisco Danner, Julie Dorrico, Fernando Danner (Autor)
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja The Effect of Open Access).