Travessias do infinito
a natureza e o extremo do possível do humano em Guimarães Rosa
DOI:
https://doi.org/10.35699/2317-2096.2023.40135Palavras-chave:
Guimarães Rosa, natureza, travessia, êxtase, místicaResumo
Este trabalho analisa três textos de Guimarães Rosa, o conto “São Marcos”, de Sagarana, trechos sobre a travessia do Liso do Sussuarão, em Grande sertão: veredas, e a novela “Buriti”, de Corpo de Baile, nos quais a relação com a natureza enseja uma experiência de violento êxtase, que arranca o sujeito de sua condição ordinária e lança-o no “extremo do possível” de sua condição humana. Nessas narrativas, Rosa desenvolve um diálogo com a tradição mística, cuja principal marca é a experiência do sagrado como uma superação dos limites do humano. A linguagem é o caminho através do qual se realizam essas travessias, exigindo um exercício da língua fora das determinações ou convenções estabelecidas.
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