Travessias do infinito
a natureza e o extremo do possível do humano em Guimarães Rosa
DOI:
https://doi.org/10.35699/2317-2096.2023.40135Palabras clave:
Guimarães Rosa, natureza, travessia, êxtase, místicaResumen
Este trabalho analisa três textos de Guimarães Rosa, o conto “São Marcos”, de Sagarana, trechos sobre a travessia do Liso do Sussuarão, em Grande sertão: veredas, e a novela “Buriti”, de Corpo de Baile, nos quais a relação com a natureza enseja uma experiência de violento êxtase, que arranca o sujeito de sua condição ordinária e lança-o no “extremo do possível” de sua condição humana. Nessas narrativas, Rosa desenvolve um diálogo com a tradição mística, cuja principal marca é a experiência do sagrado como uma superação dos limites do humano. A linguagem é o caminho através do qual se realizam essas travessias, exigindo um exercício da língua fora das determinações ou convenções estabelecidas.
Referencias
AGAMBEN, Giorgio. O aberto: o homem e o animal. Tradução de Pedro Mendes. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017.
BATAILLE, Georges. A experiência interior: seguida de Método de Meditação e Postscriptum 1953. Tradução de Fernando Scheibe. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2016. (Suma ateológica, v. 1).
CANDIDO, Antonio. O homem dos avessos. In: CANDIDO, Antonio. Tese e antítese. 6. ed. São Paulo: Ouro sobre Azul, 2012. p. 111-130.
CERTEAU, Michel de. La fable mystique: XVIe-XVIIe siècle. Paris: Gallimard, 1982.
CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain. Dicionário de símbolos: mitos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números. Tradução de Vera da Costa e Silva et al. 28. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2015.
CRUZ, San Juan de la. Obras escogidas. Buenos Aires: Espasa-Calpe Argentina, 1942.
FOUCAULT, Michel. A hermenêutica do sujeito: curso dado no Collège de France (1981-1982). Tradução de Márcio Alves da Fonseca, Salma annus Muchail. 3. ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010.
JESUS, Santa Teresa de. Livro da vida: Tomo I. Tradução das Carmelitas Descalças do Convento de Santa Teresa do Rio de Janeiro. Petrópolis: Editora Vozes, 1935.
LORENZ, Günter. Diálogo com Guimarães Rosa. In: COUTINHO, Afrânio (org.). Guimarães Rosa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; Brasília: INL, 1983. p. 62-97.
NUNES, Benedito. A matéria vertente. In: ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. 22. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. p. 459-474.
OLIVEIRA, Franklin. Guimarães Rosa. In: COUTINHO, Afrânio (org.). A literatura no Brasil – Era Modernista. 7. ed. rev. e atual. São Paulo: Global, 2004. p. 475-526. (A literatura no Brasil, v. 5).
ROSA, João Guimarães. Buriti. In: ROSA, João Guimarães. Corpo de baile. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010. p. 277-508. v. 2.
ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. 22. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
ROSA, João Guimarães. Guimarães Rosa por ele mesmo: o escritor no meio do redemunho. Cadernos de Literatura Brasileira, São Paulo, n. 20-21, p. 77-93, dez. 2006.
ROSA, João Guimarães. São Marcos. In: ROSA, João Guimarães. Sagarana. 71. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. p. 261-291.
SPINELLI, Miguel. O daimónion de Sócrates. Revista Hipnos, São Paulo, ano 11, n. 16, p. 32-61, 1. sem. 2006.
UTÉZA, Francis. Grande sertão: veredas: o recado do Pentagrama. In: FANTINI, Marli (org.). A poética migrante de Guimarães Rosa. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008. p. 114-144.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2022 Wesley Thales de Almeida Rocha (Autor)
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Authors who publish with this journal agree to the following terms:Authors retain copyright and grant the journal right of first publication with the work simultaneously licensed under a Creative Commons Attribution Non-Commercial No Derivatives License that allows others to share the work with an acknowledgement of the work's authorship and initial publication in this journal.Authors are able to enter into separate, additional contractual arrangements for the non-exclusive distribution of the journal's published version of the work (e.g., post it to an institutional repository or publish it in a book), with an acknowledgement of its initial publication in this journal.Authors are permitted and encouraged to post their work online (e.g., in institutional repositories or on their website) prior to and during the submission process, as it can lead to productive exchanges, as well as earlier and greater citation of published work (See The Effect of Open Access).