O discurso melancólico nas vozes de Macabéa e Ângela Pralini
DOI:
https://doi.org/10.35699/2317-2096.2022.40526Palavras-chave:
discurso, melancolia, fragmentação, Clarice LispectorResumo
Clarice Lispector está focada no discurso interno das personagens, um discurso melancólico que está presente nas falas de Macabéa e Ângela Pralini. Essas personagens são arrebatadas pesarosamente, com linguagem fragmentada. Enquanto a primeira faz uso de parcas palavras, a segunda fala aos borbotões. Mesmo dizendo tanto, Ângela Pralini mostra o seu desamparo existencial e o seu flerte com a morte. A ausência vocabular de Macabéa traduz o seu fracasso diante da vida, diante da sociedade. São personagens que trazem uma reflexão profunda sobre o quadro peculiar do melancólico. Nele, esse falar desvenda o mundo interior das personagens, isto é, um mundo desprovido de beleza, precário. Nesse sentido, este artigo tem como objetivo principal observar/analisar o discurso melancólico dessas duas personagens clariceanas. Para esta análise, são fundamentais os estudos de Lambotte (1997, 2000), Freud (1980), Peres (2003), Scliar (2003), entre outros.
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