O espaço agônico em William Faulkner e Francisco Dantas

Autores

Palavras-chave:

Espaço literário, Yoknapatawpha, Mundo privado, Rio-das-Paridas

Resumo

Este artigo compara a construção do espaço literário entre Enquanto agonizo (1930), de William C. Faulkner, e Uma Jornada como tantas (2019), de Francisco J. C. Dantas, comentando os contornos sociais e estéticos do espaço literário a partir de reflexões sobre as agônicas experiências de personagens em trânsito para a morte. Congregamos, neste estudo, abordagens teórico-metodológicas que perpassam conceitos sobre espaço narrativo, valendo-nos do pensamento de Lins (1976), Borges Filho (2007), Brandão (2019) e Dardel (2015), entre outros. Chegamos aos resultados que as personagens de Faulkner e de Dantas são índices de um espaço agônico, do qual emergem homens e mulheres perdidos em devaneios e lamentos de uma vida subjugada as mais distintas formas de opressão.

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Biografia do Autor

Joseana Souza da Fonsêca, Universidade Federal de Sergipe (UFS) | São Cristovão | SE | BR

Doutora em Letras. Profa. da Rede Estadual de Ensino de Sergipe (SEDUC). Pesquisadora do GELIC/CNPq.

Carlos Magno Santos Gomes, Universidade Federal de Sergipe (UFS) | São Cristovão | SE | BR

Professor Adjunto de Teoria e de Literaturas de Língua Portuguesa do Campus de Itabaiana/UFS. Pesquisador de Literatura Brasileira, Teória Literária. Leitura. Ensino de Literatura.

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Publicado

2024-09-12

Como Citar

Souza da Fonsêca, J., & Santos Gomes, C. M. (2024). O espaço agônico em William Faulkner e Francisco Dantas. Aletria: Revista De Estudos De Literatura, 34(3), 88–103. Recuperado de https://periodicos.ufmg.br/index.php/aletria/article/view/51633