Entre a objetividade e a fantasia
reflexões de Alfred Döblin sobre o romance
DOI:
https://doi.org/10.35699/2317-2096.2024.51892Palavras-chave:
Alfred Döblin, Nova Objetividade, Futurismo, romance, épica, romace-reportagemResumo
Com uma atuação teórica intensa no início século XX, Alfred Döblin foi um autor que se dedicou ativamente a refletir sobre o romance. Este artigo parte de dois conceitos apresentados em “A construção da obra épica” (1928) para discutir a concepção de romance formulada na obra teórica de Döblin. Procura avaliar, ainda, como essa concepção dialoga com os debates artísticos da época. Para isso, começaremos apresentando dois conceitos-chave do ensaio: relato e fantasia. Em seguida, mostraremos como o uso do conceito de relato remonta a reflexões tecidas desde os primeiros escritos de Döblin e ao diálogo intenso com o Futurismo. Ponderaremos também acerca do conceito de fantasia e sua relação com as noções de objetividade/relato. Por fim, comentaremos como a mudança de peso conferida à relação entre os dois termos, em 1928, deve ser compreendida à luz do debate sobre o romance-reportagem da Nova Objetividade
Downloads
Referências
BECKER, Sabina. Neue Sachlichkeit. Band 1. Köln: Böhlau, 2000a.
BECKER, Sabina. Neue Sachlichkeit. Band 2. Köln: Böhlau, 2000b.
BENJAMIN, Walter. A crise do romance: Sobre Alexanderplatz, de Döblin. In: BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: Ensaios sobre literatura e história da cultura. Tradução de Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1994. p. 54-60.
CORNELSEN, Elcio Loureiro. O estilo em Alfred Döblin. Pandaemonium Germanicum, São Paulo, n. 15, p. 50-69, jan. 2010.
DÖBLIN, Alfred. A construção da obra épica. Tradução de Celeste Ribeiro de Souza. In: SOUZA, Celeste Ribeiro (org.). A construção da obra épica e outros ensaios. Tradução de Celeste Ribeiro de Souza. Florianópolis: Editora da UFSC, 2017a. p. 123-153.
DÖBLIN, Alfred. An Herwarth Walden [Nov. 1909] Briefe. Olten und Freiburg im Breisgau: Walter-Verlag, 1970. p. 49-50.
DÖBLIN, Alfred. An Romanautoren und ihre Kritiker. Berliner Programm. In: DÖBLIN, Alfred. Aufsätze zur Literatur. Olten und Freiburg im Breisgau: Walter-Verlag, 1963a. p. 15-19.
DÖBLIN, Alfred. Bekenntnis zum Naturalismus. In: DÖBLIN, Alfred. Kleine Schriften I. Olten und Freiburg im Breisgau: Walter-Verlag, 1985a. p. 291-294.
DÖBLIN, Alfred. Berlin Alexanderplatz. Tradução de Irene Aron. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
DÖBLIN, Alfred. Die Bilder der Futuristen. In: DÖBLIN, Alfred. Kleine Schriften I. Olten und Freiburg im Breisgau: 1985b. p. 112-117.
DÖBLIN, Alfred. Futuristische Worttechnik. Offener Brief an F.T. Marinetti. In: DÖBLIN, Alfred. Aufsätze zur Literatur. Olten und Freiburg im Breisgau: Walter-Verlag, 1963b. p. 9-15.
DÖBLIN, Alfred. Observações sobre o romance. Tradução de João Alceu Gregory. In: SOUZA, Celeste Ribeiro (org.). A construção da obra épica e outros ensaios. Florianópolis: Editora da UFSC, 2017b. p. 93-97.
DÖBLIN, Alfred. Reforma do romance. Tradução de João Alceu Gregory. In: SOUZA, Celeste Ribeiro (org.). A construção da obra épica e outros ensaios. Florianópolis: Editora da UFSC, 2017c. p. 99-117.
DÖBLIN, Alfred. Schriftstellerei und Dichtung. In: DÖBLIN, Alfred. Aufsätze zur Literatur. Olten und Freiburg im Breisgau: Walter-Verlag, 1963c. p. 87-97.
DÖBLIN, Alfred. Técnica verbal futurista. Carta aberta a F.T. Marinetti. Tradução de João Alceu Gregory. In: SOUZA, Celeste Ribeiro (org.). A construção da obra épica e outros ensaios. Florianópolis: Editora da UFSC, 2017d. p. 83-91.
DÖBLIN, Alfred. Über Roman und Prosa (November/Dezember 1917). In: DÖBLIN, Alfred. Kleine Schriften I. Olten und Freiburg im Breisgau: Walter-Verlag, 1985c. p. 226-232.
GREGORY, João Alceu. Introdução. In: SOUZA, Celeste Ribeiro (org.). A construção da obra épica e outros ensaios. Florianópolis: Editora da UFSC, 2017. p. 49-77.
HERMANN, Klaus. Egon Erwin Kisch: Der rasende Reporter (1925). In: BECKER, Sabina. Neue Sachlichkeit. Band 2. Köln: Böhlau, 2000. p. 163-164.
KLEINSCHMIDT, Erich. Nachwort. In: DÖBLIN, Alfred. Schriften zu Ästhetik, Poetik und Literatur. Frankfurt am Main: Fischer, 2013. p. 620-636.
LANIA, Leo. Upton Sinclair (1925). In: BECKER, Sabina. Neue Sachlichkeit. Band 2. Köln: Böhlau, 2000. p. 164-165.
MACHADO, Carlos Eduardo Jordão. A crítica de Siegfried Kracauer ao romance-reportagem – ou o “caso Brecht”. Impulso, Piracicaba, v. 23, n. 57, p. 87-101, maio/set. 2013.
MARINETTI, Filippo Tommaso. “Manifesto técnico” da literatura futurista. Tradução de Aurora F. Bernardini. In: BERNARDINI, Aurora Fornoni. O Futurismo italiano: Manifestos. São Paulo: Perspectiva, 1980. p. 81-87.
MÖRCHEN, Helmut. Vorkriegszeit, Pubertät und Krieg in deutscher Provinz. Ernst Glaesers »Jahrgang 1902« als Roman wider Willen. In: BECKER, Sabina; WEISS, Christoph. Neue Sachlichkeit im Roman: neue Interpretationen zum Roman der Weimarer Republik. Stuttgart, Weimar: Metzler, 1995. p. 112-130.
WILLIAMS, William Carlos. Spring and All. New York: New Directions, 2011.
ZOLA, Émile. Gustave Flaubert. In: ZOLA, Émile. Do Romance. Tradução de Plínio Augusto Coelho. São Paulo: Editora Imaginário; Edusp, 1995. p. 95-184.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Gabriela Siqueira Bitencourt (Autor)

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja The Effect of Open Access).



