A persistência do regionalismo em Torto arado
DOI:
https://doi.org/10.35699/2317-2096.2025.53064Palavras-chave:
Literatura brasileira, regionalismo, Teoria da narrativa, residualidade culturalResumo
O artigo busca situar o romance Torto arado de Itamar Vieira Junior na tradição da literatura regionalista brasileira. Para isso, percorre-se brevemente o histórico das três fases do regionalismo, estabelecendo-se a relação de continuidade e mudança dessa vertente por meio do conceito de Residualidade Cultural, exposto por Raymond Williams e aprofundado por Roberto Pontes. O romance de Vieira Junior encontra-se no contexto do neorregionalismo, no entanto se diferencia de outras obras dessa vertente por abdicar do espaço urbano. Torto arado retoma a representação do Brasil rural, tal qual o regionalismo da década de 1930, recuperando uma ideia de país profundo que se cristalizou com o romance social daquele período. Dessa maneira, pode-se afirmar que o regionalismo como forma literária de representação crítica do problema social brasileiro resiste enquanto resíduo cultural em nossa literatura.
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