Tersites, o mero mortal sem noção

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35699/2317-2096.2025.57312

Palavras-chave:

Homero, Tersites, personagem cômico

Resumo

Propõe-se um estudo da personagem Tersites (Ilíada de Homero) com alargamento para protótipo cômico de personagens revisitadas e estudadas por vários poetas e teóricos. A figura foi apontada em numerosos textos como um duplo cômico de Aquiles (Thalmann, 1988, p. 25 e, apud Lesser, 2023, p. 70; Willcock, 1978, p. 200; Kirk, 1985, p. 139-141; Lowenstam, 1993, p. 78-80; Frade, 2024, p. 16). Este artigo contempla Tersites retomando os tipos de comportamento descritos por Teofrastro em Caracteres e propõe, para melhor caracterização da personagem, uma tradução metaplasmática (Ilíada 2, vv. 225-242), isto é, uma tradução que prioriza os metaplasmos e as variantes linguísticas gregas utilizadas por Homero, para verter a cena de “desabafo” do soldado em português brasileiro.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Tereza Virgínia Ribeiro Barbosa, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) | Belo Horizonte | MG | BR

    Prof. titular de língua e literatura gregas, Faculdade de Letras, UFMG

Referências

AMARAL, Amadeu. Dialecto caipira. São Paulo: Casa Editora “O livro”, 1920.

ASSIS, Joaquim Machado de. Memorial de Ayres. Rio de Janeiro: H. Garnier, Livreiro-Editor, 1908.

ANTUNES, Carolina. Dicionário do dialeto rural no Vale do Jequitinhonha Minas Gerais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2013.

BAKKER, Egbert Jan. The Study of Homeric Discourse. In: MORRIS, Ian; POWELL, Barry (ed.). A New Companion to Homer. Leiden: Brill, 1997. p. 284-304. (Mnemosyne Supplements, v. 163).

BARRETO, Débora Aparecida dos Reis Justo; MASSINI-CAGLIARI, Gladis. Rotacismo e lambdacismo no português. Revista Falange Miúda, Recife, v. 5, n. 2, p. 41-54, 2023. Disponível em: https://periodicos.upe.br/index.php/refami/article/view/420. Acesso em: 13 jul. 2024.

BUENO, Silveira. Estudos de filologia portuguesa. São Paulo: Saraiva, 1946. (v.1).

CABRAL, Tomé. Novo dicionário de termos e expressões populares. Fortaleza: Edições UFC, 1982.

CASTILHO, Ataliba Teixeira de. Nova gramática do português brasileiro. São Paulo: Contexto, 2019.

CHANTRAINE, Pierre. A propos de Thersite. L’antiquité classique, Tome 32, fasc. 1, p. 18-27, 1963.

CHERQUES, Sérgio. Dicionário do mar. São Paulo: Globo, 1999.

COELHO, Francisco Adolpho. A língua portugueza: noções de glottologia geral e especial portugueza. Porto: Magalhães e Moniz Editores, s.d.

CORTESÃO, António Augusto. Nova gramática portuguesa. Coimbra: F. França Amado, 1907.

CORTESÃO, António Augusto. Subsídios para um diccionario completo histórico-etymológico da língua portuguesa. Coimbra: França Amado, 1900.

DANIEL, Mary Lou. João Guimarães Rosa: Língua e Estilo. Revista Iberoamericana, v. 32, n. 62, p. 247-259, 1966.

FIGUEIREDO, Candido de. Novo diccionário da língua portuguesa. Lisboa: Clássica Editora, 1913.

FRADE, Gustavo. Identidade, manifestação e repressão entre os aqueus (Tersites na Ilíada, canto 2). Classica, v. 37, p. 1-20, 2024.

GIRÃO, Raimundo. Vocabulário popular cearense. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2000.

HALLIWELL, Stephen. Between Ecstasy and Truth Interpretations of Greek Poetics from Homer to Longinus. Oxford: University Press, 2011.

HOMER. Iliadis. Edição de David Monro e Thomas W. Allen. Oxford: University Press, 1989. Tomo I e II.

HOLZHACKER, Raquel. Dicionário ilustrado de navegação a vela. São Paulo: Abril Cultural, 1975.

HUNTER, Richard. Homer and Greek literature. In: FOWLER, Robert. The Cambridge Companion to Homer. Cambridge: University Press, 2004. p. 235-253.

HUNTER, Richard. The Shadow of Callimachus: Studies in the reception of Hellenistic poetry at Rome. Cambridge: University Press, 2006. p. 85.

JACOB, Paulo. Dicionário da língua popular da Amazônia. Manaus: Academia Amazonense de Letras, 2021.

KIRK, Geoffrey Stephen. The Iliad: a commentary. Cambridge: University Press, 1985, 2001. v. I, Books 1-4.

LATEINER, Donald. Sardonic Smile: Nonverbal Behavior in Homeric Epic. Michigan: University Press, 1995.

LESSER, Rachel H. Desire in the Iliad: The Force That Moves the Epic and Its Audience. Oxford: University Press, 2022.

MARROQUIM, Mário. A língua do Nordeste (Alagoas e Pernambuco). São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1934.

MARTINS, Nilce Sant’Anna. O léxico de Guimarães Rosa. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2001.

MESCHONNIC, Henri. Poética do traduzir. Tradução de Jerusa Pires Ferreira e Suely Fenerich. São Paulo: Perspectiva, 2010.

MESCHONNIC, Henri. Linguagem, ritmo e vida. Extratos traduzidos por Cristiano Florentino. Revisão de Sônia Queiroz. Belo Horizonte: FALE/UFMG, 2006.

MILLER, D. Gary. Ancient Greek Dialects and Early Authors: Introduction to the Dialect Mixture in Homer, with notes on lyric and Herodotus. Boston/Berlin: Walter de Gruyter Inc., 2014.

MONTEIRO, Clóvis. A linguagem dos cantadores. Rio de Janeiro: Fundação Casa Rui Barbosa, 2021.

MOTA, Leonardo. Cantadores. Fortaleza: Imprensa Universitária do Ceará, 1960.

NASCENTES, Antenor. Dicionário etimológico resumido. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro/ Ministério da Educação e Cultura, 1966.

NASCENTES, Antenor. Dicionário etimológico da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1955.

NASCENTES, Antenor. O linguajar carioca. Rio de Janeiro: Organização Simões, 1953.

PEREIRA, Eduardo Carlos. Grammatica histórica. São Paulo: obras d’O Estado de S. Paulo, 1919.

PINTO, Luiz Maria da Silva. Diccionario da língua brasileira. Ouro Preto: Tipografia Silva, 1832.

PRIETO, Maria Helena Ureña. Índice de nomes próprios gregos e latinos. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1995.

Projeto Perseus. Disponível em: http://www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=Perseus%3atext%3a1999.01.0133.

RIBEIRO, João. Diccionario grammatical. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1906.

RIBEIRO, João. Grammatica portugueza: curso superior. São Paulo: Livraria Francisco Alves, 1920.

ROSA, João Guimarães. Ficção completa. Organização de Eduardo F. Coutinho. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 2009. 2 v.

ROSE, Peter. Thersites and the Plural Voices of Homer. Arethusa, v. 21, p. 5-25, 1988.

SAID ALI, Manuel. Grammatica histórica da língua portuguesa. São Paulo: Melhoramentos, 1931.

Saturno. Imagem Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d6/Saturn_Equinox_09212014.jpg. Acesso em: 28 jan.2025.

SEABRA, Maria Cândida; SOUZA, Vander Lúcio. Léxicos regionais. Campinas: Pontes, 2023.

SILVA, Joaquim da. Dicionário da língua portuguesa medieval. Londrina: EDUEL, 2007.

STUURMAN, Siep. The Voice of Thersites: Reflections on the Origins of the Idea of Equality. Journal of the History of Ideas, v. 65, n. 2, p. 171-189, 2004.

THALMANN, William G. Thersites: Comedy, Scapegoats, and Heroic Ideology in the Iliad. Transactions of the American Philological Association, v. 118, p. 1-28, 1988.

TEOFRASTO. Os caracteres. Introdução, tradução e comentários de Maria de Fátima Sousa e Silva. Coimbra: Impressa da Universidade/Annablume, 2014.

THEOPHRASTUS. Characters. Edição de James Diggle. Cambridge University Press, 2004.

VIEIRA, Domingos. Grande diccionario portuguez. Porto: E. Charuon & Bartholomeu H. de Moraes, 1871, v. 1; 1873, v. 2, 3 e 4; 1874, v. 5.

Downloads

Publicado

2025-09-25

Edição

Seção

Dossiê: A comédia, da formação clássica à modernidade

Como Citar

Barbosa, T. V. R. (2025). Tersites, o mero mortal sem noção. Aletria: Revista De Estudos De Literatura, 35(3), 42-58. https://doi.org/10.35699/2317-2096.2025.57312