Compaixão animal
DOI:
https://doi.org/10.17851/2317-2096.21.3.39-51Palavras-chave:
compaixão, empatia, compaixão assassinaResumo
O trabalho estuda a questão da compaixão, que na história do pensamento foi ora tratada como uma marca da humanidade, ora pensada como uma marca de nossa origem natural e animal. Para Lactâncio, por exemplo, sem piedade o homem é um animal. O texto parte de uma discussão de Buffon, que falava de uma compaixão como uma de nossas “affections naturelles”. Para ele, “a alma tem menos a ver do que o corpo nesse sentimento de piedade natural e os animais, assim como o homem, são suscetíveis a ele; o grito de dor os comove, eles correm para socorrer; eles retrocedem diante da visão de um cadáver da sua espécie.” O animal compassivo é posto, no texto, diante do homem compassivo. Em ambos os casos aflora, por detrás da compaixão “natural”, o espectro da violência aniquiladora.
Downloads
Referências
ADORNO, Theodor W. Probleme der Moralphilosophie. Frankfurt/M.: Suhrkamp, 1996.
ADORNO, Theodor W.; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento. Fragmentos filosóficos. Trad. Guido Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985.
ARENDT, Hannah. A condição humana. Trad. Roberto Raposo. Rio de janeiro: Forense Universitária, 2008.
ARISTÓTELES. Retórica das paixões. Trad. Isis Borges B. da Fonseca. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
ARISTÓTELES. Parts of animals. Cambridge: Loeb Classical Library, 1983.
ARISTÓTELES. Poética. Trad. Eudoro de Souza. São Paulo: Ars Poética, 1993.
BAYLE, Pierre. Dictionnaire historique et critique. In: CONDILLAC. Traité des animaux presente et annoté par M. Malherbe. Paris: Vrin, 2004.
BENTHAM, J. An introduction to the principles of morals and legislation, 1789. Disponível em: <>. Acesso em: 23 dez. 2010.
BENTHAM, J. Traités de législation civile et pénale, 1849. Disponível em: <http://www.archive.org/stream/traitsdelgi03bent/traitsdelgi03bent_djvu.txt>. Acesso em: 23 dez. 2010.
BUFFON, Georges-Louis Leclerc. Histoire naturelle. In: ____. Œuvres. Paris: Gallimard, 2007. p. 29-1365.
CONDILLAC. Traité des animaux presente et annoté par M. Malherbe. Paris: Vrin, 2004.
DERRIDA, Jacques. De la grammatologie. Paris: Les Éditions de Minuit, 1967.
DIDEROT e D’Alembert. Pitié. In: Encyclopédie, ou Dictionaire raisonnée des sciences, des arts et des métiers. Paris: Briasson, 1757. v. 12. p. 662-663.
GERHARDT, Christina. The Ethics of Animals in Adorno and Kafka. New German Critique, n. 97, p. 159-178, Winter 2006.
LA METTRIE, Julien Offray de. L’homme machine, texto em pdf., 1748.
ROSSI, Paolo. Os filósofos e as máquinas, 1400-1700. Trad. F. Carotti. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Œuvres complètes. Paris: Gallimard, 1964. v. III.
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Essai sur l’origine des langues. A. Kremer-Marietti (Org.). Paris: Aubier Montaigne, 1974.
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e fundamentos da desigualdade entre os homens. Trad. M. de Campo. Mira-Sintra: Publicações Europa-América, 1976.
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Ensaio sobre a origem das línguas. Trad. Fulvia Moretto, Campinas: Editora Unicamp, 1998.
SCHOPENHAUER, Arthur. Über die Grundlage der Moral, 1840. In: SCHOPENHAUER, Arthur. Kleinere Schriften, Frankfurt/M.: Suhrkamp, 1986. p. 519-815.
SINGER, Peter, Ética prática. Trad. Jefferson Luiz Camargo. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2011 Márcio Seligmann-Silva (Autor)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja The Effect of Open Access).