Exasperar Bartleby: Fórmula – Alegoria – Reticência
DOI:
https://doi.org/10.17851/2317-2096.24.3.11-23Palavras-chave:
Bartleby, Melville, fórmula, alegoria, política, literatura, filosofiaResumo
O presente ensaio discute o “efeito Bartleby” nas suas dimensões literária, filosófica e política, tomando em consideração as leituras da novela de Melville propostas por Blanchot, Deleuze, Agamben, Hardt, Negri, Ziz&ek, entre outros autores. Distinguese dois procedimentos – um mais centrado na “fórmula”, outro na “alegoria” – e mostra-se como eles podem convergir ou divergir naquelas leituras. A “reticência” final expressa uma preocupação crítica a respeito da relação entre literatura e política. À custa de verificar quer as dificuldades na articulação entre “fórmula” e “alegoria” quer a prevalência de um sentido “messiânico” quando aquela articulação parece bem sucedida, sugerir-se-á que o reconhecimento de uma “política da literatura” não se confunde com – e não admite – a transformação de uma qualquer personagem ou fórmula literárias num emblema do político.
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