Ler o tempo no espaço

(Paris, Jacques Austerlitz, W. G. Sebald)

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.35699/2317-2096.2022.37946

Palabras clave:

Paris, Biblioteca Nacional, Jacques Austerlitz, W. G. Sebald;, Karl Schlögel

Resumen

O artigo é dividido em três movimentos: o primeiro é dedicado à exposição das ideias de Karl Schlögel em seu livro Ler o tempo no espaço, de 2003; o segundo apresenta uma análise crítica do romance Austerlitz, de W. G. Sebald, com ênfase na mobilização da cidade de Paris no texto em questão; o terceiro e último visa aprofundar os questionamentos levantados na seção anterior, identificando no trabalho de Sebald uma prospecção imaginativa das camadas recalcadas da experiência urbana. A cidade de Paris surge em Austerlitz por meio de uma digressão ensaística que tem como foco a Biblioteca Nacional da França e seu entorno, desde a II Guerra Mundial até o fim da década de 1990. A emergência desse conjunto arquitetônico é evocada por Sebald sob o signo da ambivalência: local de memória e de esquecimento, espaço das “luzes” e das “trevas”, canteiro de criação e de destruição.

Biografía del autor/a

  • Kelvin Falcão Klein, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), Rio de Janeiro, Rio de Janeiro / Brasil

    Professor Adjunto de Literatura Comparada na Escola de Letras da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e no Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) da mesma instituição.

Referencias

AGAMBEN, Giorgio. Un importante ritrovamento di manoscritti di Walter Benjamin. Aut Aut, Florença, n. 189-190, p. 4-6, 1982.

BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Tradução de Sergio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1985.

BUCK-MORSS, Susan. Dialética do olhar: Walter Benjamin e o projeto das Passagens. Tradução de Ana Luiza de Andrade. Belo Horizonte: Editora UFMG; Chapecó: Editora Universitária Argos, 2002.

COWAN, James L. Sebald’s Austerlitz and the Great Library: a Documentary Study. In: FISCHER, Gerhard (org.). W. G. Sebald: Schreiben ex patria/Expatriate Writing. Amsterdã: Rodopi, 2009. p. 193-212.

CURTIUS, Ernst Robert. Literatura europeia e Idade Média latina. Tradução de Teodoro Cabral (com colaboração de Paulo Rónai). São Paulo: Edusp, 2013.

FERRARIS, Maurizio. Documentalità: perché è necessario lasciar tracce. Roma: Laterza, 2009.

FIGUEIREDO, Eurídice. A pós-memória em Patrick Modiano e W. G. Sebald. Alea: Estudos Neolatinos, Rio de Janeiro, v. 15, n. 1, p. 137-151, 2013.

HILBERG, Raul. A destruição dos judeus europeus. Tradução de Carolina Barcellos. Barueri: Amarilys, 2016.

HOUELLEBECQ, Michel. Submissão. Tradução de Rosa Freire Aguiar. São Paulo: Alfaguara, 2015.

JACOBS, Carol. Sebald’s Vision. Nova York: Columbia University Press, 2015.

KLEINBERG, Ethan. Haunting History: for a Deconstructive Approach to the Past. Stanford: Stanford University Press, 2017.

KOSELLECK, Reinhart. Estratos do tempo: estudos sobre história. Tradução de Markus Rediger. Rio de Janeiro: Contraponto: PUC-Rio, 2014.

MARGEL, Serge. Arqueologias do fantasma: técnica, cinema, etnografia, arquivo. Tradução de Maurício Chamarelli e Anne Dias. Belo Horizonte: Relicário, 2017.

MARI, Michele. Tutto il ferro della torre Eiffel. Turim: Einaudi, 2002.

MODIANO, Patrick. Para você não se perder no bairro. Tradução de Bernardo Ajzenberg. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

MURRAY, Simon. Fields of Association: W. G. Sebald and contemporary performance practices. In: BAXTER, Jeannette (org.). A Literature of Restitution: Critical Essays on W. G. Sebald. Manchester: Manchester University Press, 2013. p. 187-202.

NICHOLAS, Lynn H. Europa saqueada: o destino dos tesouros artísticos europeus no Terceiro Reich e na Segunda Guerra Mundial. Tradução de Carlos Malferrari. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

SCHLÖGEL, Karl. En el espacio leemos el tiempo: sobre historia de la civilización y geopolítica. Tradução de José Luis Arántegui. Madri: Siruela, 2007.

SCHLÖGEL, Karl. Im Raume lesen wir die Zeit. Über Zivilisationsgeschichte und Geopolitik. Frankfurt: Fischer Verlag, 2006.

SCHLÖGEL, Karl. In Space We Read Time: On the History of Civilization and Geopolitics. Tradução de Gerrit Jackson. Nova York: Bard Graduate Center, 2016.

SCHLÖGEL, Karl. Leggere il tempo nello spazio. Saggi di storia e geopolitica. Tradução de Lisa Scarpa. Milão: Bruno Mondadori, 2009.

SCHÖTTKER, Detlev. Dolf Sternberger und Walter Benjamin: ein Photographie-Aufsatz und seine Folgen. Sinn und form, Berlim, v. 62, n. 4, p. 437-444, 2010.

SEBALD, Winfried Georg. Austerlitz. Tradução de José Marcos Macedo. São Paulo: Companhia das Letras, 2008a.

SEBALD, Winfried Georg. Guerra aérea e literatura: com ensaio sobre Alfred Andersch. Tradução de Carlos Abbenseth e Frederico Figueiredo. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

SEBALD, Winfried Georg. Os anéis de Saturno: uma peregrinação inglesa. Tradução de José Marcos Macedo. São Paulo: Companhia das Letras, 2010a.

SEBALD, Winfried Georg. Os emigrantes: quatro narrativas longas. Tradução de José Marcos Macedo. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

SEBALD, Winfried Georg. Pátria apátrida: ensaios sobre literatura austríaca. Tradução de Telma Costa. Lisboa: Teorema, 2010b.

SEBALD, Winfried Georg. Vertigem. Sensações. Tradução de José Marcos Macedo. São Paulo: Companhia das Letras, 2008b.

SEVCENKO, Nicolau. O outono dos césares e a primavera da história. Revista USP, São Paulo, n. 54, p. 30-37, 2002.

STERNBERGER, Dolf. Panorama of the Nineteenth Century. Tradução de Joachim Neugroschel. Nova York: Mole Editions, 1977.

VILA-MATAS, Enrique. Doutor Pasavento. Tradução de José Geraldo Couto. São Paulo: Cosac Naify, 2009.

VILA-MATAS, Enrique. Paris não tem fim. Tradução de Joca Reiners Terron. São Paulo: Cosac Naify, 2007.

WOLFF, Lynn L. W. G. Sebald’s Hybrid Poetics: Literature as Historiography. Berlim: De Gruyter, 2014.

Publicado

2022-09-13

Número

Sección

Dossier: El mito literario de París

Cómo citar

Ler o tempo no espaço: (Paris, Jacques Austerlitz, W. G. Sebald). (2022). Aletria: Revista De Estudos De Literatura, 32(2), 229–247. https://doi.org/10.35699/2317-2096.2022.37946