Ensaio sobre a depressão antropocênica
DOI:
https://doi.org/10.35699/2317-2096.2023.41061Palabras clave:
antropoceno, depressão, arte contemporâneaResumen
Os sofrimentos psíquicos do homem são exclusivos de nossa espécie humana? Ou será que, em virtude do antropoceno, nossas desordens emocionais podem atingir escala geológica e figurar como um verdadeiro mal na Terra? Vamos ensaiar brevemente sobre essa questão tomando como ponto de partida o filme Untitled (Human Mask), do artista contemporâneo Pierre Huyghe. Ele apresenta um mundo distópico pós-catástrofe de Fukushima, em que a fauna e a flora aos poucos se reapropriam da Zona de Exclusão, exceto por uma única espécie que permanece presa ao passado da presença humana. Vamos argumentar que o filme alude à possibilidade de mutação do sofrimento humano, em que uma depressão antropocênica começa a se espalhar por entre as espécies não humanas perturbando seus agires inatos. Para tal, vamos ensaiar brevemente sobre uma noção não antropocêntrica de psicologia, a partir de Karl Marx, Giorgio Agamben e Fernand Deligny.
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